Estúdio indie que processou crítico e jogadores fecha as portas
Se você acompanha o Vértice há algum tempo já leu alguma coisa sobre a Digital Homicide, um estúdio indie com alguns jogos na Steam e que por acaso não são muito bons. O fato de os jogos desse estúdio serem ruins levou a um crítico de Youtube a pegar no pé do estúdio, acarretando em um processo contra o crítico (leia sobre isso AQUI), o que acarretou em seguida a jogadores na Steam a também pegarem no pé do estúdio o que por sua vez levou a um processo coletivo contra esses jogadores (leia sobre isso AQUI) e que finalmente levou a “destruição” do estúdio. Veja bem que destruição é uma variação de um termo utilizado por James Romine, fundador do estúdio e não por mim.
Com o processo contra os jogadores da Steam e com a intimação judicial para a empresa liberar as informações sobre esses jogadores, a Valve retaliou contra o estúdio e tirou todos os seus jogos do serviço alegando que a Digital Homicide era “hostil com os clientes da Steam”. Com essa remoção dos produtos do maior e mais relevante portal de distribuição de jogos online que existe, não restou recursos financeiros para que o estúdio independente continuasse funcionando ou sequer restou grana para que continuassem com o processo que tinham aberto contra os usuarios anônimos da Steam.
Uma parte da declaração de Romine para o site Techraptor sobre o “fechar de portas” do estúdio está abaixo:
Nós desfazemos o caso devido unicamente a problemas financeiros causados pela remoção dos nossos jogos (da Steam). Eu acredito que nosso caso era válido. Havia 140 falsas acusações vindas de 11 usuários do Steam, dezenas de centenas de post assediando moralmente a mim e aos meus clientes, três interferências diretas a contratos da empresa com terceiros feitas pelos usuários do Steam e alguns deles eram competidores e muito mais. (...) Quanto a Digital Homicide? Está destruída. Ela foi pisada no chão em milhares de direções e está sendo descontinuada. Eu vou voltar, repensar e reavaliar tudo o que está acontecendo. Não através de sites de fofoca de videogame, através das histórias de verdade, nos documentos legais e não estou falando dos meus. Nós não éramos caras malvados e censuradores. Se alguém não gostasse dos nossos jogos eles podiam deixar uma crítica negativa e pedir reembolso, não tínhamos ressentimentos sobre isso.
Sim, graças a não poderem mais vender jogos através da
Steam eles precisaram abandonar o processo contra os jogadores, mas
isso não significa que o processo contra o youtuber Jim Sterling foi
descontinuado, embora eles estejam cogitando essa possibilidade, por enquanto o
processo ainda está em andamento.
É difícil decidir o que pensar sobre o caso, por mais que
Romine não pareça a pessoa mais sensata e a Digital Homicide de fato faça (muitos)
jogos terríveis e tente ganhar dinheiro através de pacotes de vendas e esquemas
de bundles da Steam no lugar de fazerem bons jogos que venderiam graças a alguém ter realmente interesse neles, a atitude da Steam também
é completamente insensata e só dá força para que o assédio moral e o bullying digital (algumas vezes criminosos) fiquem impune, coisa que outros
sites como o Twitter também facilitam.
A Valve se recusar a dar os nomes dos usuários era mais
do que esperado e completamente compreensível, mas não seria o caso de permitir a
justiça decidir se a causa da Digital Homicide era válida ou não, antes de
punir a empresa por ser “hostil com seus clientes” quando talvez fosse provado
o contrário?