Portal Knights | Crítica


Eu acho Minecraft um jogo simpático, mas nunca fui um grande apreciador dele, acredito que merece toda a atenção que tem, contudo sempre faltou algo que me prendesse aquele mundinho de voxels e cubos, Portal Knights tem esse algo.

Em uma escala comparativa, Portal Knights é como se fosse o primo mais bonito de Minecraft, mais bonito sim, porém sem a mesma profundidade e ainda assim, é capaz de proporcionar um tipo de diversão bem diferente que o jogo da Mojang/Microsoft propõe, embora sejam claramente muito parecidos.

Parte do problema com Portal Knights é o fato do mundo do jogo ser enorme, porém um tanto inconstante. Você tem diversas ilhas voadoras que flutuam sobre o nada, todas elas geradas processualmente, mas ainda assim há um arquétipo pré-definido para cada uma delas, com certas coisas que elas contêm e com certos inimigos que as têm como o seu habitat. Cada uma dessas ilhas é linkada por um portal que você deve energizar conseguindo itens que dropam de inimigos, baús ou aleatoriamente enquanto você está minerando no mundo. Ainda que somadas, essas ilhas provavelmente sejam maior do que qualquer seed comum de Minecraft, a falta de coesão entre elas e a sensação de que elas são um cenário falso e não um mundo, especialmente graças a eternidade que leva a tela de load para te transportar de uma ilha para outra, fazem com que o mundinho de Portal Knight seja bem interior.


Se Portal Knights perde na consistência para Minecraft, ele ao menos ganha de lavada no aspecto de ter um objetivo claro a ser seguido e uma sensação de evolução tangível, afinal, no jogo você não está apenas sobrevivendo e construindo, nele você é um personagem de uma classe RPGistica (Guerreiro, Arqueiro ou Mago) que tem equipamentos, levels, magias e muitas outras coisas que estão em constante desenvolvimento.

A sensação de dificuldade do jogo também é tangível, com inimigos poderosos durante o período noturno dos mapas mais avançados e todos exigindo não necessariamente uma estratégia muito complexa para serem derrotados, mas ao menos certa ponderação sobre a melhor forma de agir contra cada inimigo, especialmente na área elemental, com o clássico papel-pedra-tesoura elemental que existem em diversos jogos, desde Pokémon.

Por outro lado, se a dificuldade do jogo é latente em alguns momentos, vale dizer que não há qualquer consequência na morte, exceto por uma tela de load que não é das mais rápidas. O modelo Minecraft de punição por morte faria um bem monumental a esse jogo, fazendo com que a dificuldade de certos inimigos fossem mais do que barreiras de level e se tornassem uma tensão e um desafio real.


Enquanto todos os sistemas de Portal Knight são divertidíssimos e parecem ser o que faltava para fazer de Minecraft o meu tipo de jogo, diversas coisas básicas de Minecraft que faltam em Portal Knight também tornam ele um jogo imperfeito e que deixa a desejar, o que é uma pena, pois realmente ele possui uma premissa divertida e uma direção artística inspirada.

Portal Knights é uma bela tentativa de recriar o sucesso de Minecraft, provavelmente a melhor tentativa já feita até agora e muito do que há no jogo é melhor que o lendário game da Mojang, entretanto, ainda parece que faltou algo na parte técnica do game e que ainda vamos ter que esperar até um game nesse estilo vire a nova febre, mas eu aposto que um Portal Knights 2 possa fazer isso, se eles melhorarem o que acertaram e aprenderem com o que erraram aqui.

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