Galavant – 2° Temporada | Crítica


A segunda temporada de Galavant começou com um desafio, soar relevante mesmo um após deixar de ser novidade. Ano passado a série era uma comédia de fantasia musical metalinguística, algo que não se via todo dia. Esse ano Galavant é só uma sequência de algo que foi uma boa sacada, como uma piada repetida com personagens diferentes.

Nesse quesito Galavant falha, sem se reinventar de forma alguma, o frescor da primeira temporada se perdeu completamente, entretanto, a formula ainda é muito divertida, mesmo que já comece a mostrar sinais de desgaste graças a duração.

Entretanto a série ao menos não teve medo de mudar algumas de suas ideias preestabelecidas e bem sucedidas, para começar pela bela canção de abertura que é abandonada logo no início do primeiro episódio, mais uma vez enveredando pela metalinguagem assumindo que por melhor que a música fosse, repeti-la por mais um ano ia torna-la chata e lembrando também que eles não ganharam um Emmy com ela, além de assumirem na música do momento que dificilmente eles conseguirão audiência necessária para serem renovados para uma terceira temporada.

Já no primeiro episódio a série ganha um tom de fillers contínuos, onde cada episódio mostra a mesma estrutura da temporada anterior, com Galavant dessa vez partindo em uma nova jornada para salvar outra princesa presa por outro vilão esquisito, mas dessa vez a série pegou o seu trunfo da primeira temporada, o Rei Richards, e transformou ele de vilão para BFF do protagonista. O mais surpreendente é que isso provavelmente quebraria o personagem, mas não foi o caso, talvez pela habilidade extraordinária de Timothy Omundson, Richard deixou de ser um vilão para ser um herói e continuou sendo a melhor coisa da série.
Surpreendente também foi o elo mais frágil da temporada anterior, Mallory Jansen e sua pífia atuação, tenham melhorado ao ponto dela ser um dos destaques da temporada. Madalena, antes apenas uma personagem irritante com um ou dois bons momentos, roubou a cena sempre que apareceu na série, exceto quando estava frente a frente com Omundson, momentos raros. As cenas de Madalena com Gareth foram particularmente especiais, pois elas geraram um novo plot a ser explorado se a ABC resolver ser benevolente durante o UpFront e porque geraram momentos incríveis para ilustrar a bizarra paixão que surgiu entre os dois, onde conseguimos encarar orelhas mutiladas como um presente verdadeiramente romântico.

Esse ano a série se limitou menos por convidados especiais, diferente do ano passado, os convidados do ano foram mais convidados do que ancoras de plot e meras distrações, mas honestamente Galavant não é sobre sua trama, a série é sobre as suas piadas com gêneros medievais e fantásticos, desde grandes jornadas épicas até parodias de pequenos detalhes desse tipo de conto.
Esse ano tivemos dezenas de boas ideias nesse âmbito, como a batalha de Gigantes baixinhos contra Anões altos, Tad Cooper, o dragão lagarto, a taverna gay, o exército "meio morto", a lenda da espada na pedra e muito mais.

Mas a principal parte a ser julgada de uma série musical, tem que ser obviamente a música e a sua qualidade. E nesse quesito que o segundo ano perdee um pouco a força comparado com o primeiro. Enquanto na primeira temporada Alan Menken arregaçou as mangas e criou canções memoráveis como “A Hero’s Journey”,  “She will be mine”, “Maybe you not the worst thing ever” e mesmo outras como “I love you as much as someone like me can love anyone” (melhor momento de Madalena na primeira temporada) que estão grudadas na minha mente até hoje, esse ano poucas foram memoráveis. Eu destaco apenas "Today we Rise" por ser divertidíssima e dou uma menção honrosa a "Happiest day of my life" por ser única na série. Embora eu tenha que mencionar a potencia vocal de Ben Presley, que interpreta o Bobo de Valência, ele é possivelmente o melhor cantor da série e sua habilidade é até elogiada dentro do último episódio, após uma das poucas fantásticas canções do ano (que eu creio não ter um nome, mas você escuta no vídeo abaixo), resumindo tudo o que aconteceu na temporada até aquele momento.



A 2° temporada de Galavant continua com a mesma qualidade de roteiro, com o humor de Dan Fogelman que beira o genial, mas que esbarra no bobo vezes demais para merecer o elogio verdadeiramente. Ainda assim o segundo ano só não é completamente bem-sucedido simplesmente porque faz com que a série não seja original e inovadora como ela foi em 2015 e porque as canções dessa vez não tiveram a mesma qualidade que as anteriores. Ainda assim, Galavant é uma das melhores comédias da TV em diversos sentidos e eu ficarei feliz se a ABC renová-la para mais um ano, pois eu quero ver Richard e seu dragão Tad Cooper novamente e quem diria, mas eu também quero ver Madalena e seu D’DEW mais uma vez.

Ah... os protagonistas Galavant e Isabella também são bacanas, não me importo em vê-los de novo.

NOTA: 8,5
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