Neuromancer - William Gibson | Crítica

A literatura de ficção científica viu seu auge nas décadas de 60 e 70, mas após este período há ainda excelentes obras que mudaram a percepção das pessoas sobre o futuro e ditaram inclusive tendências de desenvolvimento tecnológico. Uma destas obras é Neuromancer.

Neuromancer, do autor William Gibson utilizou os termos “Hacker” e “Matrix” (sim, MATRIX), conceitos de construção e interferência de consciências (lembrou de A Origem, do Nolan?) e inteligências artificiais (A.I., de Spielberg?) em 1984, quando pouco se falava sobre os avanços da computação, principalmente no cotidiano das pessoas e sociedade.O foco do livro é mostrar como o avanço tecnológico foi destrutivo para a humanidade e como a dependência dela nos tornou piores.

A trama conta a história do ex-hacker Case, que roubou seus antigos chefes no passado, foi contaminado com uma toxina por eles e atualmente não pode mais acessar a Matrix (!!!). Case então procura salvação na medicina moderna em Chiba City, onde gasta todo seu dinheiro sem conseguir encontrar uma cura. Desta forma, a única salvação encontrada por Case é aceitar um trabalho após ser contatado por Molly. O enredo principal da história e o desfecho surpreendente contam o desenrolar deste trabalho/missão.capaNeuromancer recebeu os três principais prêmios da literatura de ficção científica (Nebula, Hugo e Philip K. Dick) e foi o início de uma trilogia sobre o universo em que a história se desencadeia, com as sequências “Count Zero” e “Monalisa Overdrive”, todos também escritos na década de 1980. Há planos para a produção de um filme sobre Neuromancer, mas nada ainda concretizado.

O livro é um clássico, e como todo clássico carece de paciência e calma para entender o contexto em que o livro foi escrito. É possível não se surpreender com termos como “trodos” ou a evolução de comunicações, pois o livro vai completar 30 anos de publicação. Mas imaginando as informações que o autor possuía na época, foi preciso muita imaginação e criatividade para usar a tecnologia como pano de fundo e também personagem da trama. Além disso, boa parte de elementos de ficção que vemos atualmente no cinema e também na literatura possuem como base, mesmo que indireta, esta obra-prima.

Confira a sinopse de Neuromancer, mais um clássico da ficção científica trazido ao Brasil pela editora Aleph:

No futuro, existe a matrix. Uma espécie de alucinação coletiva digital na qual a humanidade se conecta para, virtualmente, saber de tudo sobre tudo. Mas há uma elite que navega por essa grande rede de informação - os cowboys. Case era um deles, até o dia em que tentou ser mais esperto do que os seus patrões. Que fritaram suas conexões com o ciberespaço, tornando-o um pária entre os seus iguais. Ele vaga pelos subúrbios de Tóquio, mais envolvido do que nunca em destruir a si próprio, até ser contatado por Molly, uma bela e perigosa mulher que, assim como ele, desconfia de tudo e de todos. Os dois acabam se envolvendo numa missão cheia de mistérios e perigos. O romance de estréia de Gibson é o primeiro volume da chamada 'Trilogia do Sprawl', que ainda inclui os livros 'Count Zero' e 'Mona Lisa Overdrive'.
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