Os 10 Melhores filmes de 2014
Como sempre nossa lista com os 10 melhores filmes do ano saiu um pouco atrasada graças a nossa vontade de assistir todos os grandes filmes lançados no ano em questão em seu país de origem, nós gostamos de fazer isso porque no Brasil os grandes filmes de premiações costumam ser lançados em janeiro ou fevereiro, mas quase sempre nós temos a chance de assistir alguns em festivais e para manter a lista atualizada, nós damos essa atrasadinha pra assistir tudo.
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Ainda assim vale dizer que da mesma forma que a lista de 2013 foi atualizada posteriormente (depois que assistimos Ela pra ser mais preciso), essa lista possivelmente será atualizada mais tarde também, já que ainda não assistimos grandes filmes como Birdman, O Jogo da Imitação, Selma e alguns outros.
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Mas ainda assim assistimos muitos grandes filmes em 2014 e outros grandes filmes tiveram que ficar de fora para colocarmos apenas 10 nessa lista, então vale desde já uma menção especial para Mesmo Se Nada Der Certo, Como treinar seu Dragão 2, Foxcatcher, Babadook e O Conto da Princesa Kaguya, todos ótimos filmes e que por pouco não ficaram nas posições que vocês veem abaixo.
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Mas chega de papo e vamos falar sobre:
Os 10 melhores filmes de 2014
Snowpiercer é uma verdadeira surpresa, uma das maiores surpresas dessa lista, talvez só perdendo para outra surpresa relacionada a Snowpiercer também, que é o fato de termos dois filmes liderados por Chris Evans entre os nossos 10 melhores do ano. Quem diria isso de Evans até uns anos atrás?
Tudo bem que temos que ser honestos e dizer que a maior força de Snowpiercer não está em Evans e sim na sua história bem construída e especialmente em algumas atuações inspiradíssimas, como a espetacular de Tilda Swinton, que por acaso também está com dois filmes nessa lista.
O filme conta uma história inesperada sobre um mundo pós-apocalíptico onde a humanidade congelou por acidente a atmosfera tentando impedir o aquecimento global e tudo que sobrou da raça humana conhecida está em um enorme trem controlado por um homem e mantido quase que por um culto. O trem representa perfeitamente a sociedade hoje, cheia de divisões e rótulos em cada vagão e é claro, com uma divisão clara da pobreza e riqueza e uma bem orquestrada ilusão de esperança dada a parte mais pobre do trem.
O filme consegue ser um belo misto de ação e crítica social cheio de boas atuações, grandes ideias e ótimos personagens.
O Hobbit – A Batalha dos 5 Exércitos é facilmente o pior dos 6 filmes sobre a Terra-Média de Peter Jackson, mas vamos ser sinceros, ser o pior onde os outros 5 filmes competindo são extraordinários não é necessariamente ruim.
Dito isso, o longa ainda é um digno exemplar de um filme de Peter Jackson sobre a Terra-Média. Sei que muitos discordam que O Hobbit esteja no mesmo nível que O Senhor dos Anéis, eu até discordo também, mas eu não consigo ver como a nova trilogia é tão inferior assim quando comparada a primeira, como alguns falam.
O 3° Hobbit não foi necessariamente o final que eu esperava, mas foi um final digno da (vou dizer) melhor franquia da história do cinema (disse) e certamente foi um final digno o suficiente para estar na nossa lista de 10 melhores filmes do ano, eu queria que estivesse pelo menos 8 posições acima, mas já é um bom resultado.
Até os vampiros sabem que Jack White é incrível! Engraçado que enquanto eu assistia Only Lovers Left Alive, ou Amantes Eternos no título nacional, eu lembrava que Jim Jarmusch tinha dirigido Sobre Café e Cigarros e que esse era um filme que tinha de alguma forma me marcado, e lembrei que o Jack White atuava nesse filme e nada mais comum então do que ele ser mencionado em um filme do diretor que por acaso se passa em Detroid.
Em Only Lovers Left Alive nós temos um dos filmes de vampiros mais “realistas” e interessantes dos últimos anos, Tom Hiddleston e Tilda Swinton (ambos sensacionais) vivem um casal de vampiros que estão juntos há muitos séculos e se escondem pelo mundo, sobrevivendo de trafico de sangue em hospitais e consumindo cultura antiga. Alias, os próprios também são grandes criadores de cultura, o personagem de John Hurt ao que tudo indica é Shakespeare, o de Hiddleston é um membro dos famosos escritores da “casa de Byron”, aquela onde Mary Shelley estava e se inspirou para criar Frankenstein. O personagem de Hiddleston também é atualmente um dos grandes nomes do Rock Internacional, mas que vive em segredo do mundo, com sua identidade só conhecida por um aliado humano que não conhece seu segredo imortal.
Mas a maior ideia por trás do filme, é mostrar o quanto o mundo está mais difícil de se viver para aqueles que vivem de arte, os “amantes pálidos” de Jarmusch vivem literalmente no fim do mundo cultural que eles próprios ajudaram a criar e sentem diariamente o peso de ter que continuar vivendo quando tudo o que amam está se perdendo, e é justamente interessante ver as opiniões opostas de Hiddleston e Swinton sobre essa questão, enquanto ele pensa sempre em maneiras de terminar sua própria imortalidade, ela sempre vê esperanças no futuro.
Eu confesso que estava preocupado com a Marvel Studios, depois de uma ótima “Fase 1”, o estúdio apresentou um difícil inicio de “Fase 2” com os pavorosos Homem de Ferro 3 e Thor 2: O Mundo Sombrio e Guardiões da Galáxia não prometia muito, além da série Agents of S.H.I.E.L.D. que poderia ser considerada uma das piores coisas da TV naquele momento. Por sorte tudo mudou com a estreia de Capitão América 2.
Capitão América 2: O Soldado Invernal é muito mais filme que Thor 2 e Homem de Ferro 3 poderiam sonhar em ser e de quebra elevou a qualidade da série de TV Agents of S.H.I.E.L.D. exponencialmente, além disso mudou o status quo da maior fabricante de Block-Busters da atualidade, tudo isso num filme só.
O filme dirigido pelos irmãos Russos elevou a qualidade dos filmes da Marvel a outro patamar e mostrou como o universo Marvel pode ser sensacional e sóbrio nos cinemas, dá quase pra dizer que esse é o equivalente para a Marvel ao que O Cavaleiro das Trevas de Nolan foi para DC e acredite, isso não é elogiar mais que o filme merece, O Soldado Invernal é realmente um filmão de dar inveja as concorrentes que fazem filmes de super-herói.
Eddie Redmayne é um dos poucos atores que eu nunca imaginei ganhando um Oscar ou em um possível papel que lhe desse a chance de brilhar, mas quando eu li pela primeira vez sobre um filme contando a vida de Stephen Hawking com ele no papel eu mudei de ideia.
Se havia um papel que poderia render prêmios a Redmayne era o de Stephen Hawking e a escolha para o papel não podia ser mais acertada, Eddie ficou a cara de Stephen em seus piores momentos e conseguiu manter o clima de positividade do personagem mesmo quando tudo não podia estar pior.
Claro que tudo isso podia dar errado se o filme fosse ruim, mas por sorte a vida do físico é contada com um bom ritmo, belas atuações e uma linda fotografia, mas vale destacar que além de Redmayne, Felicity Jones também está incrível, como o de costume.
A Teoria de Tudo não oferece muito só em um aspecto, mas quando você junta todos os elementos mostrados em tela, atores, história, montagem, fotografia e principalmente a vida de Stephen Hawking, o filme se transforma numa bela obra a ser assistida e lembrada.
Jake Gyllenhal é um dos atores mais interessantes do momento ele consegue variar entre o bom moço geral até seres desprezíveis como em O Abutre, onde ele consegue criar uma figura completamente bizarra e ao mesmo tempo tão real quanto diversas pessoas do dia a dia, eu pelo menos conheço uma pessoa que é bem parecia com Lou Bloom, com as devidas proporções.
O Abutre também é difícil de definir, talvez possamos chamá-lo de thriller ou suspense, mas no fundo o filme é um estudo de personagem e talvez uma crítica a mídia criminal americana, que não é muito diferente da nossa própria mídia criminal, completamente nojenta e reprovável, mas no fundo o personagem acaba valendo mais do o todo, já que fica bem claro que Bloom só encontrou seu lugar no ramo, e sempre foi problemático muito antes de segurar uma câmera.
Ao final de O Abutre fica um gosto amargo na boca por termos testemunhados não algo chocante, mas por termos visto alguém tão desprezível, bizarro e irritante trabalhando e pior que trabalhando muito bem.
O filme onde Michael Fassbender veste uma cabeçona de papel e canta! Essa é uma forma de se classificar Frank, um dos filmes que erroneamente pode ser tomado como um dos longas mais pretensiosos do ano, eu mesmo demorei um pouco pra me render e assistir Frank pelo que eu tinha lido e pelo o que o filme aparentava ser, mas eu estava redondamente enganado.
Frank é um belo filme sobre as medidas diferentes de talento e fama que algumas pessoas têm e também sobre as medidas do querer e do poder. A trama fala sobre um garoto tecladista com talento para tocar, mas nenhum talento para criar, mas que consegue a oportunidade de tocar com uma banda cheia de doentes mentais (literalmente) que são extremamente criativos e conseguem criar música do mais absoluto nada.
A trama do filme tem um passo calmo, mas divertido. O filme é surpreendentemente bem humorado e as atuações do longa são sensacionais, mas certamente o ponto alto de tudo é a cena final, que mostra Michael Fassbender cantando novamente com seu estilo bizarro de música que estranhamente funciona muito bem. Não tem como não se apaixonar pelo final do filme ao som de I love you All.
Difícil dizer mais sobre Guardiões da Galáxia do que já foi dito, inclusive por nós mesmos em nossa crítica sobre o filme, em nossas diversas matérias e em todo o canto da internet, tudo já foi dito, Guardiões da Galáxia é um exemplo de como se fazer um filme de super-herói e de como se fazer um Block-Buster bom de verdade.
Parte da maravilha que foi Guardiões da Galáxia se deve ao diretor James Gunn, ser verdadeiramente apaixonado pelo que estava fazendo e tem um estilo único que casou perfeitamente bem com o que a Marvel Studios está fazendo no momento, bons filmes de heróis, filmes rápidos, dinâmicos, leves, divertidos e nada pretensiosos, Gunn pegou todo esse conceito e elevou ao máximo.
Guardiões da Galáxia tem ação, efeito especial, explosões, tiros, frases de efeito e tudo que serve para fazer um péssimo block-buster, mas de alguma forma o carisma dos personagens, o roteiro esperto e a dose cavalar de humor conseguem dar a volta por cima e fazer esse que pode ser considerado o melhor filme da Marvel ao lado de Os Vingadores e um filme que está pelo menos no meu Top 5 de melhores filmes de herói de todos os tempos.
Eu poderia resumir a justificativa de segundo lugar para Garota Exemplar com a seguinte frase dos créditos do filme: “Dirigido por David Fincher”, mas acho que posso ir além disso, embora nem precise. Mas o filme é simplesmente brilhante por diversas razões.
Garota Exemplar é um filme cheio de reviravoltas e com uma visão intrigante no papel da mídia e sobre como nós podemos facilmente ser manipulados por uma história bem contada. O filme tem um roteiro esperto e até divertido (ainda que não livre de falhas) com um David Fincher dando o seu melhor em estilo e direção para guiar Rosamund Pike em uma atuação e em uma personagem memorável e até mesmo Ben Affleck, nessa que pode ser a atuação da sua carreira.
O primeiro ato do filme é um pouco arrastado e o final um pouco exagerado, mas o conjunto da obra é um filme difícil de esquecer e que nos faz entender porque todo o burburinho com o livro best-seller que serviu de inspiração para essa obra prima do cinema recente.
Eu assisti Boyhood bem atrasado, por isso não há crítica sobre ele aqui no O Vértice, mas quando eu terminei o filme eu não podia simplesmente não escrever nada sobre ele, então o que seria uma bela e enorme crítica sobre um dos filmes mais lindos de todos os tempos, virou um post no Facebook.
O impacto que Boyhood teve em mim foi grande demais para que eu não escrevesse nada sobre ele, mas no fundo qualquer coisa que eu escreva será menor do que você conferir a experiência por si próprio, o que alias, é uma das temáticas do filme, viver por si próprio e descobrir por si próprio, no caso do filme, uma das coisas que mais me pegou, foi poder testemunhar em pouco mais de 3 horas o curso de uma vida quase completa, da infância até a fase de jovem adulto que é o inicio da vida para a maioria das pessoas e perceber como que um corte de cabelo era importante aos seis anos, como uma roupa era importante aos 15 e como nada mais importa um dia depois, um ano depois, uma vida depois.
Boyhood é um filme sobre muitas coisas, pra mim especialmente é sobre como a vida é mutável e a forma como Richard Linklater, diretor que eu achava que nunca superaria sua trilogia anterior (Antes do Amanhecer, Antes do Pôr-do-sol e Antes da Meia Noite), conseguiu criar uma produção, além de extraordinária, inédita na história do cinema, filmando o mesmo filme por 12 anos com os mesmos atores em diversas etapas da suas vidas.
Se você ainda não assistiu Boyhood, assista o mais rápido possível e prepare-se para uma experiência gratificante.
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