Pitching | Como vender seu roteiro para tv? – Parte 1
Seguindo a mesma linha da minha outra enorme matéria sobre Como Funciona a bilheteria de um filme, essa matéria sobre o que é e como fazer um Pitching também serve um pouco para o lado mais voltado a produzir conteúdo Indie da nossa audiência que sempre quis escrever um roteiro e talvez não saiba o que é ou como fazer um Pitching, provavelmente o processo mais importante entre ser um escritor de roteiros e ser um escritor de roteiros produzido.
Relacionado: Como Funciona a bilheteria de um filme?
Para explicar sobre como fazer um Pitching, eu vou dar exemplos falando de casos famosos, falar também sobre sessões de Pitching
que eu já presenciei que foram muito interessantes para a formação
dessa matéria, além disso ainda vou escrever um aqui e quem sabe dar uma
dica sobre como vender seu roteiro aqui no nosso complicado Brasil.
Mas antes vamos estabelecer alguns passos, o primeiro deles é o que é o Pitching,
que muito provavelmente você já sabe, mas como talvez não, vamos falar
sobre isso também nessa matéria, que terá de ser dividida em duas
partes, a primeira delas você vê abaixo:
Pitching | Como vender seu roteiro para tv? – Parte 2
Pitching | Como vender seu roteiro para tv? – Parte 2
O que é o Pitching?
Bem, você ama Breaking Bad (ou Supernatural), você ama escrever e um belo dia você decidiu que você também pode fazer um roteiro tão bom quanto o de Vince Gilligan
com sua série sobre Walter White e Jesse Pinkman! Bem, você fez, você
escreveu um roteiro sensacional que vai ganhar qualquer prêmio para TV
que você puder competir, seja um sonhado Emmy, um respeitável Globo de
Ouro ou um humilde, mas bacana Melhores do Ano do Faustão ou o Troféu
Imprensa do Silvio Santos.
Contudo, qual o caminho que o roteiro
faz para sair de seu Word / Scrivener para frente das câmeras sendo
recitados por atores? Existe um processo enorme para que esse roteiro
que você escreveu acabe sendo produzido, o processo é enorme e boa parte
dele não será explicado aqui, porque a primeira parte do processo é o Pitching, afinal, depois que você passar pelo Pitching, você saberá o que fazer.
Pitching nada mais é do
que uma apresentação, quase sempre breve e razoavelmente formatada de
seu material, para quem possa comprá-lo de você. A palavra Pitching
é usada em vários mercados, mas acredito que principalmente na venda de
roteiros para TV ou cinema, ainda mais para TV, especialmente hoje em
dia quando estamos na “Nova Era de Ouro” da televisão, da televisão
americana pelo menos. E o cinema está cada vez mais fechado para grandes
sucessos dentro de criação interna.
Ou seja, o Pitching do
qual nós estamos falando é você apresentando o seu roteiro de sua série
(ou filme) para um produtor ou um canal de TV decidir se vale ou não a
pena te dar alguns milhões (provavelmente menos) e uma equipe de
produção e colocar essa série na TV.
O que eu vi
Eu já fui algumas vezes para eventos
como o Rio Content Marketing e outros, mas eu quase sempre deixei passar
qualquer coisa relacionada a Pitching e por pouco eu não deixo passar
esse ano também, se não fosse pelo fato da Entrevista com Mark Gatiss
ser imediatamente depois das sessões, eu também perderia.
Relacionado: Entrevista com Mark Gatiss
Alias, eu posso até começar dando uma
boa dica para você que quer fazer o Pitching daquele seu roteiro que
esta aí guardado; o Rio Content Market e o Festival do Rio, o primeiro é
o maior evento sobre TV da América Latina e o segundo você já conhece, o
Festival do Rio acontece sempre no fim do ano, entre Setembro e
Outubro, já o Rio Content Market aconteceu recentemente e a próxima
edição deve acontecer mais ou menos no inicio do ano que vem. Todo o
tipo de pessoas importantes para você apresentar o seu Script está lá e
além disso tem áreas especifica de Business e tem as sessões de Pitching
abertas das quais você pode se aproveitar, dentre elas, algumas das
quais eu assisti e vou falar abaixo.
Dentre os Pitching que eu vi, estão os das séries:
- Rotas do Ódio
- Confinados
- O Extraordinário Condomínio
- I Do
- Foda Madrinha
- El Vertedero.
Vocês vão me perdoar se eu não lembro o
nome dos apresentadores, eu fui procurar sobre as séries na internet
para informar melhor esse tipo de detalhe e mal se encontra coisas sobre
elas, então vou apenas falar do que foi apresentado.
Primeiro, eu posso dizer que eu não sou
nada fã da TV brasileira, pra falar a verdade, faz muito tempo que eu
não vejo nada que me agrade por aqui, então de ante mão eu digo que
basicamente odiei quase todas as séries e eu mesmo, jamais daria um
centavo na mão dos criadores delas, com uma ou outra exceção.
Pensando como eu mesmo, Jefferson
Navarim, crítico de TV (cof, cof), eu só daria dinheiro e produziria uma
série da lista acima, entretanto pensando como um produtor, eu
produziria duas, nenhuma das duas é a mesma que eu produziria como
crítico de TV, são gostos divergentes, o gosto do dinheiro e o gosto da
arte.
Vamos às séries:
El Vertedero
Uma série Argentina sobre um misterioso
buraco que se abre na terra próximo a uma instalação de pesquisa científica que pretendia, com uma “maquina quântica” mega especial,
transformar areia em agua. Desse buraco coisas misteriosas começam a
sair no melhor estilo Lost.
O que eu achei:
Primeiro eu odiei o fato deles tentarem, sem produção alguma, fazer uma
espécie de Teaser tosco da série, olhar a forma tosca como a série foi
apresentada me desanimou só de pensar em como aquilo podia ficar ruim.
Acho que uma boa lição a se tirar daí é, se não puder fazer algo bom,
não faça, faça o mínimo possível o melhor possível e no o máximo
possível o pior possível. Usar termos como quântico e outros termos
científicos fora de contexto me pareceu idiota também, como se eles nem
tivessem pesquisado sobre o assunto antes de querer escrever uma série
sobre ele, pareceu que a série seria boba e mal escrita e apesar do
mistério ser promissor, podia acabar sendo apenas mais uma imitação de
Lost e por fim… é Argentina, né?
Meu veredito: Completamente desaprovada!
I Do
Uma série Africana, que tem a pretensão
de ser rodada no Brasil (porque o evento era brasileiro, claro) sobre
uma mulher africana, “mega-romântica”, que vem para o Brasil no carnaval
e se apaixona por um brasileiro, mas tem que voltar para a África e
enfrentar um relacionamento à distância, com ocasionais encontros em
viagens dos dois. Há personagens “bacanas” entre os familiares de ambos
os lados do casal.
O que eu achei: Uma das
principais preocupações da Record para o Pitching da série era o fato
do Brasil parecer estereotipado, Carnaval e tudo mais e por mais que a
linda e exasperantemente romântica Africana que apresentou a série tenha
negado o estereótipo, ele existia. Sem contar que uma série romântica
não é exatamente o que está em alta no momento, não consegui identificar
nenhum conflito na série exceto a distância do casal e isso certamente
não vai me entreter por mais do que 10 segundos. Além do mais, é apenas
um romance normal, sem nada de novo a acrescentar.
Meu veredito: Não aprovada!
O Extraordinário Condomínio
Eu realmente não sei se todo mundo
entendeu qual é a ideia de O Extraordinário Condomínio, mas essa série
você provavelmente verá em breve na TV, visto que ela já está com 75% da
produção financiada, já tem atores e visual definido e estava ali
caçando um restinho de financiamento. É sobre um condomínio muito doido e
surreal, onde após a morte da sindica, os diversos e bizarros moradores
do lugar, tentam se candidatar a sindico, onde cada episódio é focado
em um dos moradores e em sua campanha.
O que eu achei: Eu
realmente daria os 25% finais de dinheiro para a série, mesmo tendo
odiado o tom surreal que ela tem. Primeiro, porque o Brasil adora
comédia, segundo, porque a Globo, por exemplo, está sempre caçando novas
séries de comédia curtas para colocar depois de suas novelas. Mas eu
particularmente não assistiria um episódio disso a não ser se fosse por
uma curiosidade mórbida, já que a ideia é tão estranha que tem uma
chance mínima de ser boa.
Meu veredito: Aprovada em coprodução, mas pessoalmente eu não veria a série.
Foda Madrinha
O belo trocadilho da série, que foi
super mal apresentada com piadas forçadas e perguntas constrangedoras no
inicio, é sobre uma fada que trabalha arrumando sexo para pessoas que
precisam, essa fada habita revistas pornôs velhas e é uma quarentona ou
cinquentona no melhor estilo Monique Evans (foi a apresentadora quem
comparou, não eu) e ela pega o difícil trabalho de fazer 3 garotos
perderem a virgindade antes do fim do colégio/faculdade (não lembro).
O que achei: A
apresentação foi super mal feita no inicio, a menina que apresentou a
série estava constrangida e constrangendo os produtores no palco e a
plateia, mas no fim engrenou. Sinceramente, a ideia da série não é tão
ruim assim, tem um ótimo título que teve que ser traduzido para os
produtores Americanos e Franceses de outra forma e certamente se
encaixaria mais do que perfeitamente na grade da Multishow, apesar da
apresentação ter começado mal, o conteúdo dela era razoável e é bem
provável que a menina tenha saído dali com a produção garantida. Muito
bom, eu produziria, mas também não assistiria, não é meu tipo de
programa.
Meu veredito seria: Completamente aprovada, mas também não assistiria!
Rotas do Ódio
Uma série de 13 episódios por temporada
sobre uma polícia especifica de São Paulo (DECRADI) que combate crimes
de Ódio e Racismo. A história é uma ficção que tem bases na realidade,
como a polícia especial e seu escritório decadente e ainda tem um bom
vilão, cujo o nome eu esqueci, mas ele é líder de um grupo supremacista e
racista chamado A Falange Branca.
O que achei: Sinceramente,
ótima ideia, eu assistiria essa série fácil, mas com um pé atrás por
dois motivos. São 3 protagonistas, um deles gay, a outra eu me esqueci
exatamente o que é, mas é de alguma minoria e a protagonista mesmo, a
delegada da policia, é ninfomaníaca em um grupo de ajuda e os casos dela
são contados através desses encontros de ajuda. É um tanto
estereotipado os assistentes da polícia contra crimes de racismo serem
de minorias que são prováveis vitimas de crimes de racismo. E o fato da
protagonista ser ninfomaníaca vai trazer muito conteúdo sexual
completamente desnecessário para a série. Porque será que produções
nacionais são tão obcecadas por incluir sexualidade exacerbada na tela?
Isso tira parte do público e tiraria minha produção, eu não daria um
centavo a essa série a menos que a protagonista não fosse ninfomaníaca e
que pelo menos um dos assistentes não fossem de uma minoria, mas se eu
fosse impor isso aos roteiristas eu seria tipo a Fox, certo? Sem contar
que as histórias serem contadas através do grupo de apoio a
ninfomaníacos seria uma trava para a narrativa, sem contar que um belo
motivo de preguiça para roteiristas.
Meu veredito: Assistiria a série, mas não aprovaria sem várias mudanças antes!
Confinados
Deixei o melhor pro final, série
apresentada pelo brasileiro Marcelo Müller e o argentino Benjamin Ávila,
responsáveis pelo filme Infância Clandestina que foi o
representante argentino ao Oscar de Melhor filme Estrangeiro de 2013. A
série tem o intuito de ser diária com uma história diferente por
episódio, todas falando sobre algum tipo de confinamento, a série vai
longe o suficiente para ter histórias de zumbis no meio dela. Ela foi
descrita como uma espécie de Além da Imaginação temática, com narrador e
tudo.
O que achei: Apenas um
ponto contra na série, também questionado pelos produtores no local,
episódios diários seriam um inferno de produção, especialmente com uma
série tão variável, arrumar uma locação para cada episódio (mesmo sendo
uma locação fechada, afinal o tema é confinamento), atores para cada
episódio, roteiro prontos para cada episódio seria muito difícil em uma
série diária, mas fora isso, a ideia é sensacional e foi mega bem
apresentada com direito a piadinha hypercontextual sobre argentinos
fazendo piadinhas sobre brasileiros. Devo dizer que a carteirada que
Marcelo Müller e Ávila deram de terem sido representantes argentinos do
Oscar também pesou bastante, mas o que realmente contou foram alguns
exemplos de episódios que eles deram, que eram excelentes, até mesmo o
episódio de Zumbi, que parecia que Müller ele estava inventando na hora e
mesmo assim, não deixou a peteca cair. Uma ótima apresentação, eu
assistiria facilmente essa série e eu investiria nela também, mas
investir apenas se os episódios fossem semanais e não diários.
Casos famosos de Pitching
Existem alguns casos onde o Pitching foi extremamente fácil, como por exemplo, no caso de Sherlock, onde o próprio Mark Gatiss disse aqui no Brasil, que foi o Pitching mais fácil que ele já viu, onde foi apenas ele dizer “Sherlock nos tempos modernos” para BBC que a série foi aprovada, quando Gatiss e Steven Moffat dizem algo assim, você confia e financia os caras.
Outro caso de Pitching absurdamente fácil foi o de Aliens, ao que tudo indica, Ridley Scott vendeu o filme apenas dizendo “Tubarão no Espaço”, referenciando o filme Tubarão, de Spielberg que era sucesso absoluto na época.
Existem
muitos outros casos do tipo por aí, que talvez vocês conheçam e se
conhecerem, por favor postem nos comentários, mas há casos mais difíceis
e complicados como o da série mais querida dos últimos anos; Breaking Bad.
Primeiro vale dizer que Vince Gilligan, criador da série estava parado há mais de 2 anos, depois de terminar seus trabalhos em Arquivo X. Então ele e seu amigo, Tom Schnauz, que estudou na mesma faculdade de cinema que ele, passaram esse tempo tentando fazer Pitching
de filmes por toda Los Angeles sem conseguir nada, até que um dia, os
dois brincaram sobre a ideia de comprarem uma RV e venderem
metanfetamina pelos EUA. Então, um estalo veio na cabeça de Gilligan sobre esse personagem, Walter White, que era um cidadão de bem e decidiu vender metanfetamina e virar um criminoso.
Contudo, essa não é a história mais vendável que existe. Gilligan
teve que passar em basicamente todas as Networks dos EUA até que achou
alguém que realmente gostou da sua história. A própria HBO, de acordo
com ele, teve uma representante que assistiu a apresentação de Pitching
dele para a série quase dormindo e dispensou a ideia sem mostrar
qualquer interesse. Outras Networks pediram para ele mudar diversas
coisas, tipo, “nada de metanfetamina”, “faça só uma série sobre a luta
contra o câncer” ou coisas assim.
Quando perguntam a Gilligan qual o segredo dele ter vendido Breaking Bad,
ele diz que o primeiro foi ele não ter pensado em como vender a série
antes de escrever, pois ele teria desistido de escrever, depois ele
falou que o maior segredo foi apenas ele não desistir, ele gostava muito
da ideia, varias pessoas odiaram quando ouviram, a própria HBO que tem o estilo de fazer um show desses não gostou da ideia dele e isso foi desanimador, se ele tivesse desistido, Breaking Bad não existiria hoje.
True Detective é mais um caso interessante e um pouco diferente. Nic Pizzolatto,
criador da série, era um professor que havia escrito um livro nada
conhecido, mas que em um determinado evento onde seu livro estava sendo
promovido pela editora para ser adaptado para TV ou Cinema, ele conheceu
alguém da área e perguntou “como eu viro um escritor de TV?” e a pessoa
respondeu “escrevendo roteiros”.
“Deus! Precisamos mesmo de mais uma série sobre detetives?”
Pizzolatto era fã de séries como The Wire, Deadwood, The Sopranos e até Breaking Bad
e percebeu que sua fome por boas histórias ultimamente estava sendo
melhor satisfeita por TV do que por literatura, portanto, decidiu se
dedicar totalmente a isso, escreveu 6 roteiros, se mudou para Los
Angeles com sua família, largou emprego e começou a fazer Pitching com eles. Isso lhe conseguiu primeiro um trabalho na série The Killing,
série sensacional que terá sua última temporada esse ano. O emprego
veio graças a sua escrita, que é realmente muito boa, mas seus roteiros
em si, não foram bem recebidos, especialmente True Detective, uma das pessoas antes de escutar o fim de seu Pitching
disse “Deus! Precisamos mesmo de mais uma série sobre detetives?”. E as
pessoas que gostaram queriam justamente mudar a série para algo mais
padronizado, queriam franquia True Detective, True Policial, True
Advogado, True Encanador, True Entregador de Pizza e por aí vai.
Relacionado: Crítica da 1° a 3° temporada de The Killing
Até o dia em que a HBO aceitou seu Pitching e deu uma liberdade a ele sem precedentes para produção da série. Não houve Writers Room em True Detective, Pizzolatto escreveu todos os 8 episódios da 1° temporada sozinho e o diretor que ele queria, Cary Fukunaga, dirigiu ele mesmo os 8 episódios da temporada, o que é completamente estranho para o padrão americano de se fazer séries.
Nic Pizzolatto, um
professor conseguiu vender uma série sobre um gênero que está
sobrecarregado e mais do que batido e mudar os padrões de produção de
uma indústria para o que ele queria, fez isso na HBO e fez uma das
séries mais elogiadas dos últimos anos.
Para mudar um pouco de tema, uma série de comédia que eu adoro, Gilmore Girls, foi uma última tentativa de Amy Sherman Palladino, que depois de tentar fazer Pitching de várias ideias, tinha decidido que Gilmore Girls
seria sua última antes de desistir completamente. E quando ela falou a
logline da série “Uma série sobre mãe e filha que são tipo melhores
amigas”, isso ganhou o interesse dos produtores e surpreendentemente
virou uma série que durou 7 temporadas, das quais 6 teve ela como
Showrunner.
Palladino usa o sucesso de público e crítica de Gilmore Girls para novos projetos, mas até hoje não conseguiu emplacar nenhum. Dentre seus fracassos estão The Return of Jezebel James, Windward Circle (um spin-off de Gilmore Girls que só teve o piloto dentro da própria GG), Wyoming Project
que foi cancelado antes de ter o piloto filmado e recentemente BunHeads
que ao menos durou 1 temporada inteira, mas foi um novo fracasso.
Eu adoro Amy Sherman Palladino e apesar de ela ser bem ácida em suas críticas com tudo no mundo, ela uma vez disse uma frase interessante sobre Pitching:
Quando você vai fazer um Pitch, todos estão lá pelas mesmas razões, todos querem conseguir sair dali com uma grande série, mas existem muitos níveis a se atingir e é difícil superá-los.
Downton Abbey por outro lado foi recusada por anos, até engavetada. Todas as produtoras e canais americanos, incluindo a HBO e todas as produtoras e canais ingleses, incluindo a BBC, rejeitaram a série, mesmo a Masterpiece,
que produz a série hoje. Contudo, um ano depois, que a série já estava
parada em uma gaveta qualquer do mundo, a Masterpiece voltou atrás e
decidiu pedir que aquela tal série que foi lhe apresentada um ano antes
fosse produzida, de acordo com eles, foi uma sorte todo mundo rejeitar Downton Abbey, pois eles teriam perdido uma série que ganha prêmios a cada temporada.
Acho que esses são exemplos bem diversificados de sucessos e fracassos de Pitching
e você pode argumentar que são todos internacionais, americanos ou
ingleses, nada que se compare com o nosso mercado e isso é verdade, mas
não existe um “mercado” por assim dizer aqui no Brasil e muito menos
informações internas sobre Pitching que estejam
disponíveis para exemplos. Não há mídia cobrindo isso aqui e não há
publico para esse tipo de mídia, portanto esses são os melhores exemplos
que podemos conseguir sem uma fonte interna nacional e são exemplos que
mostram muito bem, o quanto o fator sorte e o fator não desistir,
contam tanto quanto uma boa apresentação do seu projeto, ainda que a boa
apresentação seja indispensável.
—
E aqui termina a primeira parte da
matéria sobre Pitching, na próxima parte você lerá Como Preparar seu
Pitching, Um Exemplo de Pitching escrito por mim para essa matéria e O
que Fazer, agora que você tem tudo pronto.