John Wick 2 - Um novo Dia Para Matar | Crítica
Muita gente não lembra o que havia de bom nos filmes da ação de "antigamente". Isso porque, na grande maioria das vezes, a não ser em reformas quase satíricas do gênero como Mercenários (2010) não há muito o que lembrar - isso é: em matéria de qualidade.
No entanto os filmes de faroeste, principalmente aqueles dirigidos por Sergio Leone tentaram nos ensinar que os filmes de ação podem ser uma boa fonte de entretenimento desde que saibam apertar "os botões certos no roteiro".
É isso que parece acontecer com o primeiro filme de John Wick, protagonizado pelo já conhecido astro de ação Keanu Reeves. O filme tem um arco dramático fraco, porém coeso que deixa bem claro que não se importa muito com a história, mas sim em criar cenas de ação interligadas por diálogos curtos porém substanciais e se tornou um clássico instantâneo do gênero. Isso acontece porque, independente da história uma coisa se conserva muito bem no primeiro filme: a estrutura narrativa.
Não é uma tarefa impossível manter a coesão de um filme de ação, no entanto, neste que é o segundo longa da franquia, o roteiro se perde várias vezes tentando usurpar sem sucesso pontos de virada do roteiro do filme anterior. John Wick - Um novo dia para matar desperdiça cenas e personagens, e parece ter colocado o universo apresentado no primeiro filme numa espécie de liquidificador narrativo que consegue até mesmo, em alguns pontos, estragar algumas estratégias do primeiro filme.
Completamente dispensável, a continuação se arrasta por pouco mais de duas horas com cenas de ação bem coreografadas, mas que não têm contexto nem beleza, parecendo muitas vezes mecânicas demais.
É importante lembrar que Sergio Leone conseguiu manter um personagem sem nome e com motivação duvidosa por três filmes sem perder a coesão, mesmo com os filmes não tendo nenhuma ligação aparente entre si! Aliás, temos que destacar que o último, O Bom, o Mau e o Feio (1966) se tornou um clássico do cinema, mesmo sendo um filme de ação do estilo mais genérico que já existiu: o "bang-bang". Mas parece que esse feito está longe de acontecer de novo.
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