Filhos do Éden: Paraíso Perdido (Livro 3) - Eduardo Spohr | Crítica
E o que já podemos chamar de maior saga da fantasia nacional se encerra de forma mais do que épica. A saga Filhos do Éden, precedido por A Batalha do Apocalipse, colocou não apenas o ótimo autor Eduardo Spohr nos holofotes da literatura nacional; mostrou que é possível sim termos obras de fantasia nacional com muita qualidade, desde que haja apoio.
E o final desta antológica saga não poderia ser melhor. Paraíso Perdido, que encerra a saga da Kaira, traz tantos bons personagens - até "gente" de A Batalha do Apocalipse - e uma história tão densa e rica que facilmente podemos considerar o livro um clássico moderno, sem presunção.
Sem correr o risco de contar spoilers da parte final da saga, podemos apenas dizer que este volume, com mais de 500 páginas e três momentos bem distintos - algo já comumente utilizado pelo autor em outros livros - mostra como o autor pesquisou e se dedicou fortemente para mesclar mitologias já existentes e ainda sim criar um universo totalmente original, digno das melhores mentes da literatura, como Tolkien, Pratchett.
Começamos o livro em uma jornada nada normal no reino de Asgard, passando por momentos pré-dilúvio e também no tempo presente, em uma mescla de histórias e tramas que não se confundem e, ao se integrarem, criam um ambiente rico e um enredo intrincado.
E é neste ambiente que Kaira, Denyel, Urakin e mais aliados buscam o combate com o primeiro anjo, Metatron, para evitar que seu plano de ser um novo deus se torne realidade. E ao final de cada capítulo a vontade de continuar e descobrir como esta história e os segredos que a cercam só aumenta.
Para quem já acompanha a saga há algum tempo, Paraíso Perdido é um presente com várias respostas, mas com tantas outras perguntas. Para os novos fãs, é a chance de poder ler as mais de 2000 páginas de conteúdo sobre este rico universo. E para todos é a oportunidade de consumir conteúdo nacional de muita, muita qualidade. Aproveite!
Confira a sinopse de Paraíso Perdido, da editora Verus:
No princípio, Deus criou a luz, as galáxias e os seres
vivos, partindo em seguida para o eterno descanso. Os arcanjos tomaram o
controle do céu, e os sentinelas, um coro inferior de alados, assumiram a
província da terra.
Relegados ao paraíso, ordenados a servir, não a governar, os
arcanjos invejaram a espécie humana, então Lúcifer, a Estrela da Manhã,
convenceu seu irmão — Miguel, o Príncipe dos Anjos — a destruir cada homem e
cada mulher no planeta. Os sentinelas se opuseram a eles, foram perseguidos e
seu líder, Metatron, arrastado à prisão, para de lá finalmente escapar, agora
que o Apocalipse se anuncia. Dos calabouços celestes surgiu o boato de que,
enlouquecido, ele traçara um plano secreto, descobrindo um jeito de retomar seu
santuário perdido, tornando-se o único e soberano deus sobre o mundo.
Antes da Batalha do Armagedon, antes que o sétimo dia
encontre seu fim, dois antigos aliados, Lúcifer e Miguel, atuais adversários,
se deparam com uma nova ameaça — uma que já consideravam vencida: a perpétua
luta entre o sagrado e o profano, entre os arcanjos e os sentinelas, que
novamente, e pela última vez, se baterão pelo domínio da terra, agora e para
sempre.