Os 10 melhores filmes de 2015
[Atualizado com Beast of no Nation e Pnte de Espiões caindo para a entrada de Ex Machina e Quarto de Jack]
Como sempre nossa lista com os 10
melhores filmes do ano saiu um pouco atrasada graças a nossa vontade de
assistir todos os grandes filmes lançados no ano em questão em seu país
de origem, nós gostamos de fazer isso porque no Brasil os grandes filmes
de premiações costumam ser lançados em janeiro ou fevereiro, mas quase
sempre nós temos a chance de assistir alguns em festivais e para manter a
lista atualizada, nós damos essa atrasadinha pra assistir tudo.
Relacionado: As 10 melhores Séries de 2015
Ainda assim vale dizer que da mesma
forma que a lista de 2014 foi atualizada posteriormente, essa lista
possivelmente será atualizada mais tarde também, já que ainda não
assistimos grandes filmes como MacBeth, A Garota Dinamarquesa, Joy, A Bruxa e alguns outros, mas diferente da maioria dos anos eu acho que em 2015 eu já tenho uma lista de 10 melhores bem sólida.
Relacionado: Os 10 melhores Jogos de 2015
Mas ainda assim assistimos muitos
grandes filmes em 2015 e outros grandes filmes tiveram que ficar de fora
para colocarmos apenas 10 nessa lista, então vale cinco menções honrosas aqui abaixo:
15 – Kingsmen
14 – A Colina Escarlate
13 – Vingadores: Era de Ultron
12 – Beast of no Nation
11 – Ponte de Espiões
Relacionado: Os 25 filmes mais esperados de 2016
Mas chega de papo e vamos falar sobre:
Os 10 melhores filmes de 2015
Um filme de Todd Haynes
é no mínimo o suficiente para despertar a curiosidade em qualquer um,
nesse caso um romance lésbico em uma época menos moderna com Cate Blanchett e Rooney Mara como protagonistas, essa última uma das minhas atrizes modernas favoritas.
O estilo dos anos 50 conferem tanto no
visual, quanto na fala, comportamento e vida dos personagens uma
elegância que de certa forma combina, embora de forma quase
contrastante, com a carga de emoção bruta que a relação entre Carol e Therese impõem a história.
Carol é uma mulher madura e decidida, Therese
mal sabe o que pedir no café da manhã, como ela mesmo diz, mas sabe ao
menos o que não quer e essa mistura cria um romance surpreendentemente
belo, mas o que dá o sal do filme, é a relutância de ambas a abraçar
esse romance, uma está se diminuindo (e indo ao Oeste?) e a outra está
crescendo, uma tem muito a perder e a outra nada, uma sabe controlar
suas emoções, a outra ama como uma jovem. E essa mistura e esses
contrastes fazem de Carol um filme lindo.
Uma das surpresas do ano, de todos os filmes cotados a premiações que eu assisti o que eu mais subestimei foi Brooklyn
e por incrível que pareça foi um dos que mais me pegou de jeito,
especialmente por ser uma história de imigração, ainda que antiga e que
mostre um pouco do inicio do quadro que se formou hoje nos EUA com a
comunidade Irlandesa por lá, ainda tem um paralelo com os sonhos de
imigração de muitos hoje e as histórias problemáticas do tema que
acontecem da Síria para toda a Europa.
Escrito por ninguém menos que Nick Hornby,
abandonando seu tema e sua modernidade, mas ainda transpondo a beleza
emocional de seus personagens para tela, em especial a da sua
protagonista Eilis, vivida por uma inspiradíssima Saoirse Ronan com chances reais ao Oscar de melhor atriz e no melhor papel de sua carreira desde que ela viveu Briony Tallis em Desejo e Reparação.
Ao fim do filme, você junto com Eilis
vai experimentar o dilema de continuar evoluindo num mundo a sua
frente, ou sorver mais do sabor de sua casa, agora cheia de
oportunidades que surgiram com a nova condição da personagem e com a sua
nova postura, adulta e renovada em contraste a sua simplicidade de
outrora. No final não há escolhas fáceis para Eilis,
mas fica a impressão de que seja qual escolha a nossa personagem fizesse
no fim, o filme seria tão bonito e emocionante quanto foi, porque
talvez o que tenha importado não foi a escolha e sim o quanto Eilis cresceu para ter a condição de escolher. Belíssimo e um forte candidato ao Oscar.
O Quarto de Jack foi o último filme do Oscar que eu assisti, um dos que eu menos esperava e que certamente me impressionou, não apenas por sua história impactante, mas por sua qualidade subestimável.
A trama do Quarto de Jack é centrada em uma mãe e um filho, interpretados pela extraordinária Brie Larson e pelo novato, mas ótimo, Jacob Tremblay, que estão impossibilitados de sair de um quarto, as razões para isso evocam um peso para a trama que contrasta gravemente com a leveza inicial dos primeiros minutos de filme.
Dentre os filmes do Oscar, O Quarto de Jack é certamente o que melhor trabalha com camadas de tensão e leveza, o filme é extremamente pesado tanto nos temas que aborda, quanto no impacto que ele causa nos personagens, mas por um lado, boa parte dele é visto pelos olhos de uma criança que mal consegue compreender o quão ruim é a sua situação, visto que ele nasceu nela.
Mas não dá para enganar de que a maior qualidade do filme e a sua verdadeira força é Brie Larson, que provavelmente ganhará o Oscar esse ano e não será sem merecimento.
A trama do Quarto de Jack é centrada em uma mãe e um filho, interpretados pela extraordinária Brie Larson e pelo novato, mas ótimo, Jacob Tremblay, que estão impossibilitados de sair de um quarto, as razões para isso evocam um peso para a trama que contrasta gravemente com a leveza inicial dos primeiros minutos de filme.
Dentre os filmes do Oscar, O Quarto de Jack é certamente o que melhor trabalha com camadas de tensão e leveza, o filme é extremamente pesado tanto nos temas que aborda, quanto no impacto que ele causa nos personagens, mas por um lado, boa parte dele é visto pelos olhos de uma criança que mal consegue compreender o quão ruim é a sua situação, visto que ele nasceu nela.
Mas não dá para enganar de que a maior qualidade do filme e a sua verdadeira força é Brie Larson, que provavelmente ganhará o Oscar esse ano e não será sem merecimento.
Ridley Scott volta a
dirigir ficção científica, dessa vez leve e divertida, de forma
despretensiosa e suave, mas com um resultado poderosíssimo com Matt Damon somando mais uma excelente interpretação a sua carreira, com mais um personagem marcante em mais um filme incrível.
O roteiro de Perdido em Marte
acerta ao sintetizar a ciência, facilitando a vida até para o fã mais
leigo, mas sem ofender aos amantes da ciência e pelo jeito nem aos
próprios cientistas, visto a forma como o filme foi aclamado por pessoas
como Neil deGrasse Tyson e alguns outros.
Ainda assim o que é mais incrível no
filme é a mensagem alegre e otimista em uma trama que tinha tudo para
conter as mais escatológicas e fáceis consequências psicológicas do
isolamento, a busca por deus, o desistência depressão e tudo o mais que
você poderia esperar de um filme sobre alguém abandonado sozinho em um
planeta vazio e hostil. Mas talvez seja fácil ser otimista quando você
conhece a ciência e sabe “science the shit out of it”! Não tem maior propaganda emocional e racional a alguém se interessar por ciência do que Perdido em Marte e só por isso esse já é para mim um dos filmes mais importantes da memória recente do cinema.
O filme mais esperado dos últimos anos, certamente o mais falado desde que a Disney comprou a Lucasfilm e possivelmente o filme que baterá o record não merecido de Avatar como o filme mais visto nos cinemas de todos os tempos. Estou aqui torcendo para que Star Wars: O Despertar da Força quebre todos os records possíveis, não apenas por ser um Star Wars, mas por ser um filmaço!
A direção de J.J. Abrams
no filme é excepcional, para ser honesto, esse é o seu melhor filme
facilmente e a melhor obra em que ele já trabalhou, mas o que mais se
destaca no longa foi a capacidade de criar novos personagens
carismáticos e memoráveis para uma franquia de décadas, tanto que o
filme até perde um pouco do ritmo quando esses personagens têm que
dividir espaço com os velhos e clássicos adorados personagens de anos
atrás.
Apesar de ter algumas falhas, Star Wars; O Despertar da Força
é um filme espetacular e que se permite ser um pouco autoindulgente,
pois ele é mais do que um filme, ele é um evento aguardado há décadas.
Ainda assim, eu acho que não seria pedir muito para que o Episódio 8, dirigido por um diretor que eu considero bem superior a J.J. Abrams,
seja o seu próprio filme e não uma homenagem a trilogia anterior
disfarçada de uma bela aventura como esse foi. Já temos os heróis certos
e os vilões certos para uma nova saga épica, vamos então esperar algo
novo, mas por hora, Star Wars; O Despertar da Força já foi extraordinário.
Todo ano o Oscar tem um filme indie
marcante, com poucas chances de ganhar, mas com uma aura de zebra
adorável que nos faz torcer por ele. Ano passado (2014) esse indie foi Whiplash, facilmente um dos melhores longas do ano. Esse ano, embora eu não saiba se vai parar no Oscar, embora tenha suas chances, o filme é o lindíssimo Eu, Você e a Garota que vai Morrer!
O filme de Alfonso Gomez-Rejon é tudo o que um filme de Wes Anderson
gostaria de ser, tem o mesmo tipo de estilo, tem o mesmo tipo de humor e
o mesmo tipo de personagens, mas diferente das obras do diretor mais
famosos dos dois, o filme de Rejon soa vivo e real ainda que esquisito, e não só uma obra que mais parece um ensaio de estilo do que um filme de verdade.
O filme tem uma ótima direção, atuações incríveis com destaque a lindíssima e talentosa Olivia Cooke,
uma cinematografia diferente e interessante, um roteiro emocional, mas
que foge completamente dos clichês do tema e que no final consegue nos
entregar uma mistura poderosa e incomoda de emoções, sem nunca ser
óbvio, sem nunca se prender a amarras narrativas e nos atingindo a
queima roupa.
Eu confesso que uma das razões por eu demorar tanto a assistir Ex Machina e um dos motivos por ele só ter entrado na lista após a publicação dela é simples: Eu subestimei o filme. Estava um pouco cheio de filmes indies pretensiosos quando ele foi lançado nos cinemas, mas resolvi que o longa merecia uma chance e fiquei boquiaberto com o resultado.
O filme conta a história de um teste de Turing de um rapaz, Caleb, interpretado por Domhnall Gleeson, com um robô feminino dotado de inteligência artificial chamado Ava, interpretada por Alicia Vikander. Além de Caleb e Ava, o único outro personagem do longa é Natham, vivido por Oscar Isaac, que é o criador de AI e empregador de Caleb. A trama se desenvolve com os três convivendo em um lugar isolado por uma semana apenas.
A principal qualidade do filme é a atmosfera e a sensação que Caleb tem de estar sendo manipulado, ou por Natham ou por Ava e como a tensão entre os três aumenta até o ponto de explodir durante os sete dias. O roteiro do filme é inteligente, assim como seus personagens, e nunca decepciona com suas reviravoltas ou com a falta delas.
O filme conta a história de um teste de Turing de um rapaz, Caleb, interpretado por Domhnall Gleeson, com um robô feminino dotado de inteligência artificial chamado Ava, interpretada por Alicia Vikander. Além de Caleb e Ava, o único outro personagem do longa é Natham, vivido por Oscar Isaac, que é o criador de AI e empregador de Caleb. A trama se desenvolve com os três convivendo em um lugar isolado por uma semana apenas.
A principal qualidade do filme é a atmosfera e a sensação que Caleb tem de estar sendo manipulado, ou por Natham ou por Ava e como a tensão entre os três aumenta até o ponto de explodir durante os sete dias. O roteiro do filme é inteligente, assim como seus personagens, e nunca decepciona com suas reviravoltas ou com a falta delas.
Faz tempo que não vemos uma animação tão
boa e que pode facilmente se posicionar tão bem entre os melhores
filmes do ano… tudo bem, não faz taaaaanto tempo assim, afinal Toy Story 3 foi em 2010. Mas é sempre especial assistir uma animação como Divertida Mente, que agrada crianças e ao mesmo tempo é claramente feito para falar com adultos.
Esse filme é tão bom, que incrivelmente até a dublagem do longa está linda, Miá Melo fez um ótimo trabalho como Alegria,
que por acaso é uma personagem absurdamente… alegre e que não consegue
nos irritar. A mescla de personagens, com a habilidade extraordinária do
roteiro em explorar as emoções e a interação entre elas, ainda
desenrolando a forma como idealisticamente a mente funciona é
simplesmente soberba.
Divertida Mente é
hilário, emocionante, criativo e tudo que um adulto e uma criança podem
querer de uma animação. Se você estava preocupado que a Pixar
não ia mais voltar a fazer grandes filmes originais, não se preocupe
mais, porque essa é uma das melhores animações do estúdio e um dos
melhores filmes do ano.
Provavelmente o filme que eu vou torcer
no Oscar, caso os membros da academia desconsiderem o nosso primeiro
lugar por ser um blockbuster de ação, terra sangue e loucura. Spolight (no Brasil com o subtítulo Segredos Revelados) é um filme mais preciso e focado, mas nem por isso mais leve.
Certamente Spolight é
um filme a ser exibido em aulas de jornalismo por todo o mundo, já que
conta com maestria a história de um grupo de jornalistas do Boston Globe desvendam um complexo caso de abuso infantil encoberto pela igreja católica.
Spotlight é mais do que um filme com uma boa história de jornalismo e anti igreja,
o que por si só é o suficiente para me ganhar, mas é uma história
pesada e com atuações sensacionais de um grande e bem entrosado elenco,
sob uma direção precisa e bem planejada.
Óbvio que o primeiro lugar de 2015 não podia ser outro, num ano em que os Blockbuster ganharam facilmente dos filmes de arte, Mad Max: A Estrada da Fúria
foi o maior exponente de que as vezes mesmo ação implacável e pouco
diálogo em pouca trama pode ser bem feito a certo ponto, que apenas as
imagens contam a história que precisamos saber para nos apaixonarmos por
aquela obra.
Mad Max: A Estrada da Fúria é um resultado inesperada do maior sucesso de George Miller, uma sequencia tardia com troca de elenco e com uma breve mudança de tom que resultou em ser a obra-prima do diretor.
Num ano em que teve Star Wars: O Despertar da Força, Vingadores: Era de Ultron, o final de Jogos Vorazes e até o bizarro e inesperado sucesso do péssimo Jurrasic World, ser o blockbuster mais aclamado e elogiado do ano não é um trabalho para qualquer um, de fato, Mad Max: A Estrada da Fúria
entrou para aquela seleta lista de blockbusters geniais que guardamos
em nossa memória como filmes que marcam a nossa vida, mesmo sem
necessariamente parecer que tem o suficiente para nos marcar.