Dark Souls 2: Scholar of the First Sin | Crítica

Muito da crítica de Dark Souls 2 pode ser usada para descrever Dark Souls 2: Scholar of the First Sin, mas o jogo não é necessariamente o mesmo lançado em 2014, há muito o que aproveitar nessa versão da obra prima da From Software, mesmo para quem presa ter coisas novas a fazer.


Eu não vou repetir os mesmos pontos que eu mencionei na crítica anterior, portanto essa crítica deve acabar ficando um pouco mais curta, mas se quiser leia a crítica do Dark Souls 2 original AQUI!


Para começar você tem pelo menos três experiências novas constantes no game, a primeira dela é o Perseguidor, o segundo boss que você enfrenta no game se você seguir a ordem mais óbvia de fazer as coisas, que colocando mais sentido em seu nome, ele te persegue o game inteiro em lugares que você não espera e ela fica cada vez mais poderoso a cada encontro.


A 2° grande e nova experiência nessa versão de Dark Soul 2 fica por conta dos Esquecidos, fantasmas que invadem o seu game de forma completamente aleatória e que aparentemente ninguém conseguiu entender bem como as invasões deles funcionam, mas elas certamente servem ao propósito de te prender ainda mais nesse jogo, pelo lado colecionável que as suas invasões propõem, já que cada vez que você derrota um Esquecido, você ganha uma peça de sua armadura e posteriormente suas duas armas, o que faz com que você tenha que ser invadido e derrotá-los pelo menos 6 vezes para conseguir tudo o que você precisa e isso não é necessariamente fácil por diversos motivos, o principal dele é porque você não controla onde, quando e sob quais condições essas invasões vão acontecer.


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A 3° grande nova experiência do game fica por conta do personagem título, o Scholar of the first Sin, ou na nossa tradução pra português o Erudito do Primeiro Pecado, que é ninguém menos que Aldia, o irmão do Rei Vendrick que te guia por um novo final e acaba sendo o novo último boss do game, logo após você derrotar Nashandra. O NPC do título tem um visual bizarro e interessante e a sua primeira aparição certamente pode causar um pequeno infarto nos mais distraídos e todo o clima que ele adiciona para a trama é muito legal.


Claro que além de tudo isso, os gráficos do jogo melhoraram demais, não que eles fossem péssimos na versão anterior, mas o upgrade fez uma diferença notável.


O novo posicionamento de inimigos também deixou o game mais imprevisível e consertou ainda algumas falhas ou esquisitices da história, mas também acabou deixando o inicio muito difícil para um iniciante da franquia. Por exemplo, ou Cavaleiros de Heide, agora se encontram quase que unicamente na Torre das Chamas de Heide, o que faz sentido lógico, mas esse é um dos cenários iniciais do game e isso deixa esse cenário quase impossível para um iniciante na franquia e mesmo muito difícil para quem já está acostumado com ela. E de quebra, se os cavaleiros de Heide não fossem um problema grande o suficiente, temos um Dragão guardando a entrada da Catedral Azul no mesmo local, um dragão que se parece bastante com o famoso Hellkite Dragon do primeiro jogo da franquia, agora como matar um dragão nos níveis iniciais do game? Bem, eu só consegui de maneira consideravelmente barata... veneno mais arco e flecha, mas não vejo muitas outras formas de fazer isso sem usar artimanhas do tipo, por sorte o jogo é difícil, mas ele nos deixa ser inventivo a vontade para superar essa dificuldade.


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Por outro lado a capacidade do Co-op ter aumentado de 2 fantasmas para 4 acabou ajudando em alguns momentos eliminando a dificuldade de algumas partes mais chatas do game, mas para falar a verdade, jogar Dark Souls 2 novamente só prova o quanto o jogo realmente possui a tal “Dificuldade Artificial” que os fãs mais fervorosos da franquia mencionam, o game não é tão difícil quando parece num primeiro momento, talvez a dificuldade inicial seja mais real, já que te falta recursos para combater a dificuldade, mas uma vez que você avança no game a dificuldade é apenas do tamanho da sua habilidade. Um exemplo disso é o Cavaleiro da Fumaça, o boss oficialmente e estatisticamente mais difícil de Dark Souls que surgiu no segundo DLC chamado A Coroa do Antigo Rei de Ferro. Eu conheço pessoas que precisaram enfrentar o Cavaleiro da Fumaça 100 vezes para conseguir derrotá-lo, eu mesmo precisei lutar contra ele cerca de 40 vezes para derrota-lo a primeira vez, mas nessa nova versão eu tinha toda a habilidade necessária para vencer a luta e o fiz na primeira tentativa. Por outro lado, no game anterior eu ignorei o Caminho de Ferro e o boss opcional, o Demônio da Fornalha Azul e eu penei dessa vez para conseguir derrotá-lo, eu perdi umas 15 vezes até pensar em uma forma bem barata de vencer a luta, foi uma luta por outro lado extremamente simples depois que eu bolei a estratégia, derrotei o boss sem levar sequer um arranhão usando apenas uma piromancia e ervas âmbar.


Relacionado: Crítica das DLCs de Dark Souls 2


As DLCs também ficaram muito mais integradas no jogo dessa vez, antes elas pareciam uma história a parte porque você teoricamente já tinha completado o game quando iniciou as jornadas extras, mas dessa vez tudo fica mais amarrado na trama, especialmente porque você não ganha as chaves para os lugares onde deve ir simplesmente por comprar as DLCs, você tem que achar essas chaves dentro do jogo. E isso significa que você pode conseguir a cura pra maldição ainda mais ou menos no inicio do terceiro ato do game (a última das 3 chaves fica no castelo de Drangleic), o que deixa tudo mais fácil a partir dali e a luta contra Nashandra, que antes desse DLC era a boss final, acaba ficando trivial quando você não pode ser amaldiçoado.


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Há também que se elogiar a trama do jogo mais uma vez, que está ainda mais ajustada nesse game, Dark Souls 2 é um jogo com uma história simples e minimalista para quem quer uma história simples, mas é um emaranhado de retalhos de uma mitologia brilhante para quem quer se aprofundar mais nesse quebra cabeças narrativo, a camada mais profunda de trama de Dark Souls é linda, complexa, depressiva e poética e cada cantinho do mundo criado pela From Software, desde a Torre das Chamas de Heide até Eleum Loyce guardam histórias maravilhosas de um passado há muito perdido, Dark Souls 2 merecia virar um livro de alguma forma, quem não gostaria de ler mais sobre Lindelt, Mirrah, sobre as Milfanitos, sobre o Cavaleiro da Fumaça, o Caos Antigo e a Primeira Chama?


Dark Souls 2: Scholar of the first Sin ainda não é um jogo pra todo mundo, na verdade, ele é ainda menos amigável para iniciantes na franquia que a versão original, mas ele melhora o original de todas as formas e acredite, o original já era uma obra prima.

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