Game of Thrones: Episodio 3 – The Sword in The Darkness | Crítica
A Telltale Games continua a me irritar e me encantar com seus jogos baseados em propriedades intelectuais famosas e que eu particularmente adoro. The Walking Dead foi extraordinário e The Wolf Among Us estranhamente conseguiu superar a história com zumbis de Robert Kirkman, porém Game of Thrones apesar de já estar se tornando uma repetição da formula, consegue ser o meu preferido dos três e exatamente por isso, por ver que por mais refinada que a formula esteja, os mesmos erros ainda existam e o jogo ainda é encantador da mesma forma.
Game of Thrones é o meu preferido dos três jogos que eu mencionei acima por mais um simples motivo, eu amo a obra de George R.R. Martin e assim como a série Arkham faz você se sentir o Batman, esse game faz você se sentir um dos jogadores do Jogo dos Tronos, inclusive faz você vivenciar perfeitamente a sensação que Cersei Lannister tende a passar quando descreveu tão bem o jogo nos livros e na série de TV; “no jogo dos tronos ou você ganha ou você morre”.
Como eu não fiz uma crítica dos dois primeiros episódios do game, por ter me atrasado um pouco com eles, vale um resumo de que o primeiro episódio me surpreendeu justamente por esse sentimento que resume a frase de Cersei, enquanto eu jogava as duas ou duas horas e meia de jogo eu esqueci que de fato estava dentro de Game of Thrones e a morte de meu personagem favorito até aquele ponto me fez relembrar isso da pior forma possível. Eu tive um problema especial com o resultado do primeiro jogo porque não importa o que se fazia ou as escolhas que tínhamos, um personagem morria no final, foi aí também que eu relembrei a essência caótica de um personagem da série em especifico e lembrei que as vezes não há escolha certa a se fazer, não quando lidamos com gente como Joffrey Baratheon ou Ramsay Snow, especialmente esse último, que diferente do primeiro, nem pode ser bajulado.
O segundo episódio, por outro lado, me lembrou do quanto Game of Thrones pode ter momentos bonitos no meio de toda a violência, o final do segundo episódio é especialmente lindo com a canção sombria de Talia que evoca uma dúzia de mitos de As Crônicas de Gelo e Fogo, que em certo ponto é questionável se a pequena Forrester teria conhecimento para citar tudo aquilo em sua canção, mas é um resultado bonito de qualquer forma.
Já o terceiro episódio é menos redondo em termos de bons momentos em dar um sentido de inicio, meio e fim, apesar de estar lotado de eventos como a aparição de Drogon e de uma personagem surpresa da série no final do game, mas nem isso é o suficiente para causar o impacto que os dois primeiros episódios tiveram em termos de eventos que eles apresentaram.
Ao menos dessa vez os eventos da Muralha começaram a ficar mais interessantes do que antes, a história de Gared era o ponto baixo do jogo e parecia ser apenas um motivo para mostrar a muralha, mas começou a ficar muito melhor agora, especialmente graças ao mistério da tal North Grove, que finalmente me deixou curioso com o que pode acabar se tornando, uma lenda novíssima em folha para os mitos de As Crônicas de Gelo e Fogo, que pode acabar sendo mais interessante do que podemos prever.
Mira por outro lado, apesar de não ser exatamente a melhor personagem do jogo, ainda é a dona dos melhores momentos dele, mais uma vez estar na frente de Cersei e respirar o mesmo ar que a Rainha Lannister é ameaçador por si só e toda a repercussão de relação da personagem com Tyrion acabou ficando muito mais séria do que imaginávamos no inicio do game. Toda a trama de Mira Forrester consegue ser tão imersiva que por um momento eu não pesei bem as consequências de fazer Tyrion esperar para me entregar algo importante durante o casamento de Joffrey, o que eu estava pensado? Eu sabia o resultado do Casamento Púrpura e ainda assim eu simplesmente desconsiderei devida ao tamanho da pressão que a personagem sofre, estar em Porto Real é tão ameaçador que nos faz vacilar mesmo quando sabemos para onde os eventos estão indo.
Asher e Rodrick foram os pontos baixos desse episódio, as tramas deles não foram muito diferente do que já vimos antes, apesar de o Forrester exilado ter encontrado com Drogon logo no início do game e isso ter sido particularmente legal, não aconteceu nada diferente do que no episódio anterior, basicamente fugir de mercenários e lutar e não chegar a lugar nenhum no final. Enquanto Rodrick, por mais que seja meu personagem jogável favorito até o momento e o atual líder dos Forresters, não fez nada muito diferente do que o que aconteceu em Ironrath nos dois primeiros episódios, ser humilhado e escolher entre uma atitude agressiva ou submissa, ao menos sabemos agora que há um espião no conselho de Ironrath e isso deve render uma boa história para o próximo episódio, embora seja quase óbvio quem é o espião, conhecendo Game of Thrones como eu conheço, eu não tenho certeza e não confio em nenhum personagem dali, exceto talvez a Tália. Lidar com isso daqui pra frente será divertido e um pouco excruciante.
Apesar de Mira e Gared terem segurado as pontas com tramas e arcos tensos e divertidos, o terceiro episódio foi o menos interessante dos três até agora e com os mesmos problemas técnicos de sempre, mas ao menos o andamento da história fluiu ao ponto de que a segunda metade da temporada promete ser sensacional.
Agora é engraçado como pequenos acontecimentos mudam toda a perspectiva da história, no meu jogo particularmente eu não consegui muita coisa com Margaery Tyrell, perdi o casamento de Rodrick que podia me render um exército e achava Gared um imbecil sem propósito, por isso no segundo episódio eu estava jogando com Rodrick Forrester no tudo ou nada, porque sinceramente não havia esperança, mas ver que Gared parece ter algo notável a fazer e que Tyrion tinha algo concreto para Mira, mudou toda a perspectiva de que ainda há esperança para os Forresters. Infelizmente sabendo que eles são aliados dos Starks eu sei que essa esperança tem grandes chances de ser vã, mas eu espero sinceramente que a Telltale Games faça as escolhas valerem no final, porque até agora, mesmo com alguns problemas no jogo, eles fizeram os Forresters serem a minha segunda família favorita em toda saga de As Crônicas de Gelo e Fogo, eu realmente me importo com Mira, Rodrick, Asher e principalmente a Talia e isso é um grande feito para um adventure game.