Sniper: Ghost Warrior 3 | Crítica
Sniper: Ghost Warrior 3 se parece muito com diversos jogos que você já jogou, especialmente recentemente que esse estilo de game entrou na moda, com Far Cry. Considerando que os outros jogos da franquia eram criticados por suas respectivas linearidades, a mudança de terreno para o mais novo jogo faz sentido e de fato a mudança fez bem ao jogo, que executa todas as suas mecânicas com razoável sucesso, mas sem trazer nada de novo ao gênero.
A produtora polonesa CI Games talvez tenha mordido mais do que conseguiu mastigar com a premissa de Sniper: Ghost Warrior 3, em termos de game design e no papel, o jogo funciona extremamente bem, entretanto na pratica muitas coisas ficam no caminho da perfeição.
A ideia de transformar você em um herói de filmes de ação, agindo sozinho com sua querida Sniper em um território amplo e hostil é muito boa, as mecânicas no geral são bem pensadas e as missões são divertidas, variadas e interessantes, porém no geral tudo sofre pela baixa qualidade na realização técnica, o que não quer dizer que você não vá se divertir com o jogo.
Entre alguns dos problemas técnicos que o jogo sofre, está a qualidade bastante baixa da textura e de algumas partes gráficas, diversas coisas aparecem na tela de uma hora para outra, a texturas de alguns inimigos parecem terem sido criadas para a geração anterior e alguns ambientes tem uma paleta de cor tão sem graça, que os tornam ainda mais genéricos do que eles já seriam em outro caso. E com isso tudo dito, não sei se graças a algum problema de otimização ou arquitetura, a performance do jogo é muito ruim. No Xbox One o load do game pode demorar uma eternidade, sem exagero, coisa de 5 minutos ou mais e mesmo após um load como esse, travamentos e CTD são comuns.
Problemas técnicos a parte, o gameplay dentro do sandbox está longe de se comparar com mesmo os menos brilhantes jogos da franquia Far Cry, apesar da semelhança óbvia. Ainda assim é uma mudança bem-vinda na franquia e te dá mais coisa para fazer entre uma missão e outra, além de uma tela de load e uma explicação fajuta como outros games fariam, por outro lado, talvez uma estrutura mais linear como antes, causaria menos impacto negativo na experiência geral do game, o que poderia elevar a qualidade como um todo, ainda que diminuísse o apelo natural que um jogo de mundo aberto tem. Certamente esse foi um dilema difícil para a equipe da CI games.
O grande trunfo de Sniper: Ghost Warrior 3 está no seu próprio nome, a Sniper. A mecânica de stealth do game é simples, mas funciona bem e os tiros de Sniper, frequentemente com a câmera seguindo a bala em slow-motion para mostrar um belo tiro são constantes e recompensadores, ainda que já não sejam mais novidades para jogos do estilo. Ainda assim, para um jogo com a proposta que tem, esse é um bom resultado, contudo o game varia muito o seu ponto forte com algumas missões até tirando a sniper de seu personagem, o que conta a favor da variedade, mas deixa o game mostrar o quanto é pouco eficiente como um shooter comum, especialmente quando comparado aos grandes jogos modernos de FPS.
Talvez se o game não fosse lançado como um Triple A e não tivesse sido vendido a preço cheio, a resposta para ele do público em geral tivesse sido outra. De qualquer forma, ainda há de se esperar algumas atualizações interessantes que podem corrigir alguns problemas técnicos e melhorar algumas mecânicas. O multiplayer do game, feature prometida durante a campanha de marketing, deve ser lançado no terceiro trimestre desse ano e pode mudar toda a cara do jogo, mas por hora só dá para avaliar o que temos.
Sniper: Ghost Warrior 3 é um jogo com bastante qualidade no que faz de melhor, mas também com problemas técnicos severos e com muitos desvios do que faz de melhor para alguns conteúdos bem genéricos e desnecessários em seu mundo aberto. Um pouco mais de foco e um pouco menos de reais/dólares cobrados fariam dele um game bem mais fácil de recomendar, ainda assim, é uma compra válida se você for fã de jogos com a temática sniper!