Call of Duty: Infinite Warfare | Crítica


Depois de ter um dos vídeos com mais deslikes do youtube, com vendas um pouco menos impressionantes para um jogo da franquia, Call of Duty: Infinite Warfare é surpreendente, não por ser diferente do que todos esperávamos e sim porque depois de todo esse burburinho, o jogo é exatamente igual a qualquer outro Call fo Duty já lançado até agora, só que um pouco melhor e mais bem intencionado do que a média.

A maioria das pessoas jogam Call of Duty graças a seu modo multiplayer, eu particularmente tenho pouca paciência pelo modo que faz o jogo durar ao menos um ano e sempre me divirto muito mais com a campanha do que com todo o resto e o Infinite Warfare tem a vantagem de nos dar uma bela campanha para aproveitarmos, com direito a Jon Snow Kit Harington interpretando o vilão e diversas pequenas novidades que contam muito para quem joga o mesmo jogo todo ano.

O modo campanha ainda é exatamente como você espera, o que pra muitos não é um defeito. Você caminha por corredores ou por áreas definidas, atirando em inimigos que aparecem do lado oposto que o seu para poder avançar enquanto se maravilha com eventos extraordinários (e scriptados) que acontecem em volta de você, normalmente explosões, coisas caindo, ambientes inteiros desmoronando e coisas que deixariam Michael Bay parecendo um incapaz mesmo em sal especialidade.
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Dessa vez a campanha traz algumas novidades interessantes não apenas para a franquia, mas por marcar um ponto interessante a qualquer jogo que queira seguir os passos do jogo. Call of Duty: Infinite Warfare traz a formula de sempre para batalhas espaciais, tanto em naves quando na gravidade zero o que é uma baita inovação e a forma como foi feita, especialmente o tiroteio em gravidade zero é um belo exemplo a ser seguido por todas as dezenas de simuladores espaciais que estão se construindo aos poucos durante os últimos anos.

Apesar do esquema das missões da campanha serem bastante “nos trilhos” como qualquer jogo da franquia e apesar de eu considerar um defeito, como fã dos modos campanha da franquia isso já era esperado, ao menos dessa vez o jogo te oferece dezenas de missões secundárias cujas as ambientações vão de Mercúrio a Plutão, dando uma variedade extraordinária nos ambientes em que estamos jogando e aí nem vale dizer o que mais me impressionou no quesito ambientação, pois é muito mais legal se surpreender com o que o jogo vai mostrar a você.

Já o modo nave do jogo, que era uma das coisas que eu mais esperava, fica devendo um pouco, mas já é um bom começo. Quando estamos usando uma nave e isso pode acontecer no final, no início ou no meio de uma missão ou obviamente durante uma missão inteira, nós temos um espaço razoavelmente pequeno para nos movimentarmos e poucas variedade de inimigos para atirar, ou atiramos em pequenas naves que ficam voando em círculos, ou em partes especificas de grandes cruzadores, qualquer coisa além disso se torna ainda mais scriptada que o normal, visto que o nosso companheiro de nave assume o comando dela e nós começamos a controlar apenas as armas, o que rende belas cenas de destruição espacial, mas parece um truque bem barato de gameplay para atingir essa finalidade. Entretanto se o modo de nave poderia ser melhor, ao menos ele adiciona mais uma variedade enorme a campanha.


Sobre a história da campanha? Bem, ela é um pouco idiota, temos bons personagens, mas o vilão e sua missão são bem tolas e parecem ter sido pensadas por não mais do que meia hora antes de ter sido colocada em um papel.

Entretanto, muitos jogam Call of Duty graças ao multiplayer e então vamos falar dele que.

O multiplayer de Call of Duty: Infinite Warfare é basicamente idêntico ao de Black Ops 3. Movimentos de personagens, habilidades, características e tudo o que você pode imaginar você já viu antes. Talvez com algumas adaptações a temática, agora os personagens têm kits especializados no lugar de classes e podem escolher sua super e sua passiva. 


Há um novo sistema de missões de equipe que pode funcionar bem para novatos que não precisam necessariamente ganhar partidas impossíveis contra veteranos brutais e sim completar objetivos dentro do jogo, o que basicamente te dá experiência para jogar melhora depois e um senso de progressão que dificilmente você teria apenas jogando os modos comuns.

Os modos do jogo no geral são os mesmos que você já conhece há anos, as armas são um pouco diferentes, particularmente eu não gostei muito das armas de Infinite Warfare, quando se fala sobre armas futuristas o Advanced Warfare tinha ideias muito melhores, mas há algumas “armas mágicas” que se sobressaem no jogo e que podem demorar semanas para serem desbloqueadas (mas parece que você pode compra-las com dinheiro real o que é um baita problema de balanceamento), mas no geral o sistema é de aquisição de equipamento é semelhante ao de Battlefield 1, onde você pode ganhar itens em caixas de premiações, mas os que você não ganha são comprados com a moeda do jogo e itens repetidos podem ser destruídos para que você receba mais moedas e eventualmente possa comprar o item que você quer.

Seja no modo multiplayer ou no modo campanha, a negatividade que Call of Duty: Infinite Warfare recebeu é absolutamente injusta. Negativar os vídeos do jogo e boicotar as vendas só provam mais uma vez que uma franquia que é conhecida por ser repetitiva não pode nem ao menos tentar se renovar e trazer novos elementos a seu kit padrão de gameplay. Espero que os outros Call of Duty sigam o exemplo de Infinite Warfare e inovem cada vez mais ainda que seja apenas nos detalhes, pois numa franquia anual como essa, os detalhes fazem muita diferença.

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