Whiplash – Em Busca da Perfeição | Crítica
Bom são os filmes que nos envolvem de tal forma que, quando percebemos, ele já terminou e você não estava preparado para isso. Confesso. Estava assistindo Whiplash – Em Busca da Perfeição, pensei que ainda teria, no mínimo, uns 40 minutos de estória quando, para a minha surpresa e decepção, os créditos começaram a subir e a luzes se acenderam. É um filme arrebatador, empolgante e apaixonante para aqueles que gostam de música, e principalmente de jazz.
O filme gira em torno do jovem baterista Andrew Neiman (Miles Teller) que estuda em uma das melhores escolas de música dos Estados Unidos e é convocado pelo exigente mestre Terence Fletcher (J.K. Simmons ) para fazer parte da banda principal em diversas competições que ela participa.
Escrito e dirigido por Damien Chazelle (Toque de Mestre e O Último Exorcismo – Parte 2), Whiplash apresenta para nós dois personagens a procura de algo e dispostos a ir até além de seus limites para consegui-lo. O que eles buscam? O título já entrega: perfeição. Fletcher usa e abusa da autoridade para fazer com que os integrantes de sua banda – sim, a banda é dele e não ouse questionar isso – atinjam o máximo de sua qualidade, nem que pra isso tenham de dar o sangue ou derramá-lo nos instrumentos. E é exatamente isso que Neiman faz, motivado por um egocentrismo discreto e a ganancia de ser um músico famoso e reconhecido, ele entra no jogo do mestre e o deixa entrar em sua mente.
A ideia do instrutor cruel e do aprendiz que procura agradar e mostrar que é capaz de um posto na banda aparece como primeiro plano. O interessante é perceber que por trás disso Fletcher e Neiman desenvolvem uma espécie de relação de pai e filho. O roteiro de Chazelle dá a entender que o jovem não quer ser igual a seu pai e, aparentemente, parece ter vergonha dele. Além disso, Neiman foi abandonado por sua mãe ainda criança e isso deixou um buraco que ele preenche com muita música e ambição.
A ambição de Neiman é a mesma que Fletcher usa para justificar seu comportamento autoritário e agressivo para com a banda. Em um instante do longa, o mestre diz que a pior expressão para o muito é “bom trabalho” e os tapinhas nas costas recebidos não agregam em nada para uma pessoa. Segundo ele, é preciso exigir o máximo delas para que surjam novos grandes nomes e novas grandes coisas sejam feitas. Esse momento de reflexão de Fletcher é interessante e, de certo modo, coerente e sensato, porém, é também óbvio. O que Fletcher está dizendo é que é preciso ser esforçar para conquistar nossos objetivos. É preciso dedicação, disciplina e também uma pessoa que nos encoraje a chegar até lá. Mas, a que preço? Nesse ponto, o filme se assemelha muito a Cisne Negro, do diretor Darren Aronofsky.
O que temos de considerar é que essa é apenas uma desculpa que Fletcher usa para mascarar sua própria vontade e ganancia de descobrir e ser o orientador de algum grande talento, preenchendo assim, talvez, um buraco que também há dentro dele por conta de ele não ter se tornado esse grande talento.
Damien Chazelle, que já havia comendado o musical Guy and Madeline on a Park Bench em sua estreia na direção, dá a Whiplash a simplicidade e beleza que combinam com o jazz. Seu roteiro é muito bem amarrado e escrito. Não existem cenas que são mais importantes que outras e nem momento de descanso, todos se completam de maneira hipnotizante. Chazelle introduz um romance em meio a tudo isso, mas, assim como Neiman, não deixa que ele seja mais importante que a música e a trama central. Os poucos personagens que participam do filme também servem para fazer o roteiro ficar mais concentrada e interessante. Algo que chama bastante a atenção e se destaque em Whiplash é a edição. Ela também casa perfeitamente com o jazz, sendo agitada, contagiante e ajudando a dar o ritmo acelerado e manter as nossas atenções na tela.
Grande vencedor do Festival de Sundance do ano passado, Whiplash – Em Busca da Perfeição apresenta o casamento perfeito entre os diversos elementos que compõem um grande filme. J.K. Simmons nos apresenta mais uma grande atuação. Talvez esse seja seu personagem mais marcante ao lado do nosso querido J. Jonah Jameson (Homem Aranha). Seu nome é praticamente certo quinta-feira entre os indicados ao Oscar 2015 e, quem sabe, a película de Chazelle e sua atuação façam com que Fletcher tenha, finalmente, os holofotes voltados para ele em um grande palco.
O filme gira em torno do jovem baterista Andrew Neiman (Miles Teller) que estuda em uma das melhores escolas de música dos Estados Unidos e é convocado pelo exigente mestre Terence Fletcher (J.K. Simmons ) para fazer parte da banda principal em diversas competições que ela participa.
Escrito e dirigido por Damien Chazelle (Toque de Mestre e O Último Exorcismo – Parte 2), Whiplash apresenta para nós dois personagens a procura de algo e dispostos a ir até além de seus limites para consegui-lo. O que eles buscam? O título já entrega: perfeição. Fletcher usa e abusa da autoridade para fazer com que os integrantes de sua banda – sim, a banda é dele e não ouse questionar isso – atinjam o máximo de sua qualidade, nem que pra isso tenham de dar o sangue ou derramá-lo nos instrumentos. E é exatamente isso que Neiman faz, motivado por um egocentrismo discreto e a ganancia de ser um músico famoso e reconhecido, ele entra no jogo do mestre e o deixa entrar em sua mente.
A ideia do instrutor cruel e do aprendiz que procura agradar e mostrar que é capaz de um posto na banda aparece como primeiro plano. O interessante é perceber que por trás disso Fletcher e Neiman desenvolvem uma espécie de relação de pai e filho. O roteiro de Chazelle dá a entender que o jovem não quer ser igual a seu pai e, aparentemente, parece ter vergonha dele. Além disso, Neiman foi abandonado por sua mãe ainda criança e isso deixou um buraco que ele preenche com muita música e ambição.
A ambição de Neiman é a mesma que Fletcher usa para justificar seu comportamento autoritário e agressivo para com a banda. Em um instante do longa, o mestre diz que a pior expressão para o muito é “bom trabalho” e os tapinhas nas costas recebidos não agregam em nada para uma pessoa. Segundo ele, é preciso exigir o máximo delas para que surjam novos grandes nomes e novas grandes coisas sejam feitas. Esse momento de reflexão de Fletcher é interessante e, de certo modo, coerente e sensato, porém, é também óbvio. O que Fletcher está dizendo é que é preciso ser esforçar para conquistar nossos objetivos. É preciso dedicação, disciplina e também uma pessoa que nos encoraje a chegar até lá. Mas, a que preço? Nesse ponto, o filme se assemelha muito a Cisne Negro, do diretor Darren Aronofsky.
O que temos de considerar é que essa é apenas uma desculpa que Fletcher usa para mascarar sua própria vontade e ganancia de descobrir e ser o orientador de algum grande talento, preenchendo assim, talvez, um buraco que também há dentro dele por conta de ele não ter se tornado esse grande talento.
Damien Chazelle, que já havia comendado o musical Guy and Madeline on a Park Bench em sua estreia na direção, dá a Whiplash a simplicidade e beleza que combinam com o jazz. Seu roteiro é muito bem amarrado e escrito. Não existem cenas que são mais importantes que outras e nem momento de descanso, todos se completam de maneira hipnotizante. Chazelle introduz um romance em meio a tudo isso, mas, assim como Neiman, não deixa que ele seja mais importante que a música e a trama central. Os poucos personagens que participam do filme também servem para fazer o roteiro ficar mais concentrada e interessante. Algo que chama bastante a atenção e se destaque em Whiplash é a edição. Ela também casa perfeitamente com o jazz, sendo agitada, contagiante e ajudando a dar o ritmo acelerado e manter as nossas atenções na tela.
Grande vencedor do Festival de Sundance do ano passado, Whiplash – Em Busca da Perfeição apresenta o casamento perfeito entre os diversos elementos que compõem um grande filme. J.K. Simmons nos apresenta mais uma grande atuação. Talvez esse seja seu personagem mais marcante ao lado do nosso querido J. Jonah Jameson (Homem Aranha). Seu nome é praticamente certo quinta-feira entre os indicados ao Oscar 2015 e, quem sabe, a película de Chazelle e sua atuação façam com que Fletcher tenha, finalmente, os holofotes voltados para ele em um grande palco.
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