Minha Experiência - Telltale's Walking Dead
Estou no fim das férias, lá fora está um típico ensolarado dia que a maioria das pessoas consideram ser "um belo dia". Não me passou pela cabeça que um "point-and-click" poderia me segurar dentro de casa pelos próximos três dias, que me isolaria de todo contato social pela simples sede mental de terminar e querer mais dessa história.
Eu nunca havia consumido nada de Walking Dead (HQ's, Série ou Jogo). Não que eu não estivesse interessado, (principalmente pela HQ), mas simplesmente não encontrava tempo (e tinha outras prioridades para atender).
" - Cara...anda logo! Depois vai se arrepender de não ter tempo para jogar durante as aulas." - Amigo, depois de muita insistência.
Heh...E lá se foram três dias de imersão, jaw dropping, tensão, muitos Put@ que pariu's e...escolhas.
Eu não estava jogando...eu estava participando de uma HQ interativa, com uma excelente história (Valeu Sean Vanaman!).
E isso foi foda. E a escolha, antes mesmo do game começar, de não jogar como Lee Everett, mas de me colocar em sua mente criou uma experiência fantástica, mesmo que muitas das alternativas dispostas ao longo do jogo fossem bem limitadas (infelizmente), elas causam um impacto tremendo, uma tensão de fazer você suar, bater na mesa, ter que parar e gritar:
"Porra, não acredito que terei que fazer isso!" ou "Grazadeus cheguei a tempo!".
Você pode agir como um completo fdp, nice guy, ou ficar em cima do muro. Sempre vai dar alguma merda numa situação que você tinha certeza que tinha tudo sob controle.
Ledo engano...
[spoiler title="SPOILERS" style="fancy" icon="plus-circle"]Inúmeras foram as vezes que resetei tentando salvar a Carley da paranoica Lilly... Uma pena não ter a opção de dar um pescotapa virtual na filha da mãe. [/spoiler]
Vou tentar expor poucos spoilers durante o resto da leitura
Você começa num carro á caminho da prisão, sabendo que já fez uma merda grande num interessante papo com seu chauffeur-policial, descobrindo o motivo de estar indo ver o sol nascer quadrado. E no meio do caminho SBRAMCRASH! tinha um walkin' dead...
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Aperta o cinto porque agora sim começa...aliás, aperta não porque tem que estar livre pra correr do zumbi que está rastejando pra ir te comer. Uma pena que sua perna está quebrada e você algemado... e tem uma legião de Walkers indo em sua direção...
No último bater do gongo, felizmente, você é salvo por um tiro que atrai a "zumbizada" para outro lugar.
Nesse parte do jogo é a que chamo de Nascimento da Figura Paterna/Materna (caso seja uma mulher jogando).
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Nesse momento você começa o aprendizado de ser pai e role model. Nesse momento que você conhece a pequena Clementine. E você se apega, se preocupa com ela. Isso é um mérito desse HQ-GAME, e passei a entender a razão de ter ganho o jogo do ano.
E ao longo da jornada, todas as suas escolhas vão receber forte influência do bem-estar dela, como será afetada a relação dos dois por essas escolhas, que muitas vezes serão difíceis e extenuantes mentalmente.
[quote]"That little girl's in my care! We've been through more together than you can imagine. Anyone who tries to get between me and her - ANYONE! - is gonna wind up dead! You hear me?!"[/quote]
Convivências e Decisões
Mas não é somente com a pequena Clementine que você criará laços afetivos. Ao longo da jornada você terá que lidar com os mais diversos tipos de pessoas...desde do arrogante/babaca//psicopata/chatopracarai até o gente boa/racional/democrático.
E o jogo se sucede bem em trazer esse mix de emoções de apreço e ódio por um personagem, fator crucial que determina aliados pelas suas decisões durante o percurso.
Numa epidemia zumbi, o que seria crucial para a sobrevivência? Balas? Certamente que sim, mas você não se alimenta de munição. Racionamento de comida será algo indispensável, e a decisão de quem irá receber algo e quem vai ter que comer "língua e saliva" ficará em suas mãos. E é claro que isso irá afetar o relacionamento do grupo inteiro. Invariavelmente, alguém vai te atormentar.
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Eles vão mentir, te enganar e por um contra os outros.
E você descobre que os walkers são menos perigosos do que o ego e a loucura que se encontra na mente humana sendo fragilizada aos poucos pelas situações, muitas vezes inescrupulosas, a que são expostas.
E acredite, essa primeira temporada coloca o jogador em cenários detestáveis que forçam escolhas extremas e descobertas terríveis...
Depois que o jogo "tirou" uma personagem que eu realmente gostava, que dava a cara a bater, a minha prioridade foi "fuck it...vou cuidar da Clementine". Já era. Eu tinha ganhado uma filha virtual...e como lutei contra hordas e mais hordas de carnes apodrecidas andantes...como festejei (em um dos cenários mais tragi-irônicos do jogo) quando a impedi a tempo de comer uma carne "estranha", salvando-a da torrente de pensamentos funestos que isso causaria mais tarde...
E fui assim até o final, agindo da maneira que mais me parecia correta. Fazia tempo que um jogo não me proporcionava tamanha imersão. Vale cada segundo. E eu espero que, assim como eu, você tenha uma experiência marcante. (Você terá!)
Não esperava isso de um "point-and-click". É inovador, mas espero que tenha trazido melhorias na Segunda Temporada.
Só um adendo: Deixo aqui uma menção especial da dublagem que é SENSACIONAL e poderia ter uma localização. E aos admiráveis temas musicais...<-clicafazfavor?
E caso jogue, passa pra frente, peça para que sua mãe jogue, seu pai, sua irmã e até seu primo chato com quem não fala...(até o cachorro se der), por que a experiência é simplesmente foda.
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A primeira temporada conta com 5 episódios, e garanto que se você começar numa sexta, só vai parar no domingo.
Pra quem não tem probemas com ansiosidade, a segunda temporada já está com dois episódios lançados. Eu vou esperar lançar todos senão não terá unha que aguente...
Eu os deixo com a fantástica canção final que fechou os créditos perfeitamente. Um salve à Alela Diane!
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Minha Experiência ou Meu XP é uma coluna que traz a experiência, a relação do usuário com uma certa mídia ( Livro, filme, jogos...A intenção é relatar e tentar te convencer a tomar parte da experiência.)
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