Porque o Robocop de Padilha pode te surpreender - Comparações e Expectativas
Em meio ao ano de 1987, mais precisamente em 07 de outubro chegava aos cinemas o primeiro Robocop, época onde alguns de nós ainda não tinham nascido (como eu), mas que sob a direção de Paul Verhoeven foram marcados por uma produção que trazia novidades, principalmente para o universo tecnológico e dilemas políticos do período. Pois bem, o tempo passou e lá se foram quase 27 anos e cá estamos nós prestes a presenciar o novo trabalho de José Padilha (Tropa de Elite) para o cinema Hollywoodiano “criando” um novo Robocop - Alex Murphy, vivido pelo policial The Killing, Joel Kinnaman.
Vale lembrar que em 1990 e 1993 o robô policial também entrou em cena, estrelado por Peter Weller - que também fez o primeiro - e por Robert John Burke, respectivamente, contudo ao contrário das sequências a nossa versão 2014 irá contar todo o drama da supermáquina novamente. Porém, com uma realidade bastante modificada podemos esperar por assuntos mais próximos do que vivemos hoje, como o uso drones em campos de guerra e até mesmo as diferenças entre a nova armadura e as antigas.
Pontos principais que podem gerar polêmica no Robocop 2014:
Ar mais humanizado:
Sem sombra de dúvida um dos pontos que mais gerou discussões desde a exibição do primeiro trailer é que, nessa versão Alex Murphy (Kinnaman) ao seu sofrer o acidente que acabaria resultando em sua transformação virou uma máquina, mas que ainda tem UMA mão humana, fato não encontrado nas outras produções. Seria isso uma tentativa de humaniza-lo? Ou então de simplesmente mão assustar tanto a tal sociedade do contexto onde o filme se passa?
Bom esse é um ponto que de certa forma pode ser interpretado como originalidade por parte do novo Robocop, afinal sempre soubemos que não seria uma cópia 100% idêntica e se fosse qual a criatura iria ao cinema ver? Seria melhor resgatar a fita VHS (rebobinar era uma caos) e ser feliz. Então, desde já vamos dar uma chance a nova mão do Robocop.
Debate velado sobre os drones:
Apesar de José Padilha não ser americano, o diretor brasileiro gostou de colocar o dedo na ferida de um problema atual dos Estados Unidos, mesmo sendo um remake e um filme teoricamente comercial, há um grau de estudo político no subtexto do novo Robocop quando ele faz o paralelo entre o uso de Robôs em guerras no exterior e o atual uso de drones em casos específicos do chamado “Combate ao Terror” iniciado na era George Bush.
Até que ponto essa eventual crítica será percebida e como ela será recebida pelo publico médio americano eu não sei, mas pelos elogios rasgados da crítica (da parcela dela que gostou do filme), está longe do diretor ganhar a alcunha de novo Lars Von Trier, um dinamarquês que é um crítico ferrenho dos EUA. Afinal, o problema que José Padilha aborda é realmente controverso e muito atual, para ser apenas ignorado pelo restante do mundo.
Diferenças da armadura:
Não precisa ter assistido todos os anteriores para saber que as armaduras não estão muito semelhantes com a atual. Enquanto as anteriores não davam muita chance para ver o rosto embaixo daquele capacete, a nova permite ver cada expressão do robô (se é que isso é possível), além disso, ela está visivelmente mais aerodinâmica e aparentemente deve aparecer com um black total em boa parte do filme. Quem prestou atenção no trailer pode notar o personagem de Michael Keaton mandando o cientista acabar com o prata e pintar tudo de preto, para fazer a armadura mais tática.
Pelo menos uma coisa se manteve em comparação as outras armaduras, o incômodo para os atores em usar aquilo durante horas por semana para gravar. Joel Kinnaman, então vestiu com tudo a camisa do novo projeto, mesmo suando mais que um porco como ele disse. Então, quando assistir o filme pense o quanto pode ser difícil atuar assim...
[quote]"Era extremamente incômodo. Me fazia suar como um porco. Depois de 20 minutos queria retirar o traje. (...) Mas virou a semente que levou minha imaginação a entender a vulnerabilidade de Alex Murphy. (...) O corpo dele é poderoso, mas ele fica muito incomodado. O traje que deveria ter feito com que me sentisse poderoso, no fim me deixava vulnerável".[/quote]
Diretores:
Quanto aos nomes que assinam as produções, vamos começar por José Padilha, carioca e responsável pelo sucesso de bilheteria (e pirataria), Tropa de Elite. Padilha tem em Robocop uma grande responsabilidade, afinal é um brasileiro assinando uma produção hollywoodiana, além disso, se olharmos o seu currículo o diretor não tem tanto tempo de estrada, sendo Tropa 1 e 2 a sua referência mais forte e animadora de sucesso.
O Robocop de 1987 ficou nas mãos do holandês Paul Verhoeven, nome forte no segmento de ação que também assina O Vingador do Futuro (1990), Tropas Estelares (1997), A Espiã (2006) e até o polêmico Instinto Selvagem (1992). Com esses trabalhos já dá para entender notar um dos motivos do sucesso do original.
Robocop 2 foi missão do americano Irvin Kershner, falecido em 2010 o cineasta tem no currículo um projeto com fãs ao redor do mundo, Star Wars: Episódio V – O Império Contra-Ataca (1980), sem contar 007- Nunca Mais Outra Vez (1983), ou seja, mais um nome de força na franquia.
Robocop 3 é assinado por Fred Dekker, outro americano só que com um o currículo bem mais humilde que os dois últimos. Além do terceiro filme do robô, ele também assina A Noite dos Arrepios (1986) Deu a Louca nos Monstros (1987) e um episódio da série de TV Contos da Cripta (1990).
Protagonistas:
Nessa nova versão quem dá vida (e a mão) a Alex Murphy, é o ator sueco de 34 anos, Joel Kinnaman, para alguns já conhecido da série de drama The Killing, da AMC, o qual ele interpreta o policial Stephen Holder. Kinnaman tem em Robocop a chance de se fazer conhecido para o resto mundo e alavancar a carreira, cheia de papéis pequenos e produções bem distantes de serem famosas. Após o filme o ator poderá ser visto em Knight of Cups, Child 44 e Run All Night, sem contar a quarta e última temporada de The Killing.
O Robocop 3, de 1993 teve o britânico Robert John Burke como protagonista. Atualmente com 53 anos, na época em que viveu o robô o ator tinha 33 anos, coincidentemente praticamente a mesma idade de Kinnaman. De lá pra cá Burke manteve a linha de ação, tendo participado recentemente de filmes como Sem Limites (2011), O Código (2012), Dose Dupla (2013), além de séries de TV.
Já Peter Weller, encabeçou os dois primeiros filmes (1987 e 1990). Hoje com 66 anos, Weller viveu Alex Murphy pela primeira vez aos 40 anos, o que nos faz perceber uma similaridade quanto à faixa etária dos atores escolhidos para protagonistas. O ator, assim como Burke se manteve trabalhando em projetos com mais ação, fazendo colaborações em diversos filmes como o recente Além da Escuridão – Star Trek e em séries como Dexter.
Também vale deixar claro, que pelo o que a crítica anda entregando por aí Robocop deve ter menos tiro, porrada e bomba do que os fãs do gênero gostam, mas nem por isso deverá ser lento ou pouco ativo. A “essência” Robocop está lá, só que repaginada com ponto novos e antigos sendo apresentados, dando a chance dos antigos fãs relembrarem o que acharam sensacional no passado e ao novo público de se juntar a essa massa.
O Robocop estrelado por Joel Kinnaman, com roteiro de Josh Zetumer e versões de Nick Schenk e James Vanderebilt, direção de José Padilha, também tem no elenco: Miachel Keaton, Abbie Cornish, Gary Oldman, Aimee Garcia, Samuel L. Jackson, Jay Baruchel, Jackie Earle Haley, Michael Keneth Williams, Jennifer Ehle, Marianne Jean-Baptiste e Douglas Urbanski.
A estreia será em 21 de fevereiro.
E você, o que está esperando do novo filme?
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*Colaboração Jefferson Navarim :D
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