No Man’s Sky v Star Citizen v Elite: Dangerous | Quem ganha essa briga?


Fãs de ficção científica e de exploração espacial sempre sonharam em jogar um game que permitisse fazer tudo o que pode ser lido em diversas space operas, tudo o que podia ser visto em filmes e séries do gênero, um game que permitisse você viajar, explorar e batalhar com suas naves espaciais, visitar planetas e diversas outras coisas que mal podemos começar a enumerar aqui.

Por sorte, com o lançamento de No Man’s Sky na semana passada, agora não temos apenas um jogo que permite, com alguma limitação, fazer isso, mas na verdade temos 3 (2 e meio?) e vamos aqui discutir um pouco sobre qual dos três faz melhor o que promete nessa briga.

Para começar vale dizer que nenhum dos três são perfeitos e falham em diversos aspectos e que todos eles são melhores em um aspecto e piores em outros, mas vamos começar falando pelo mais novo, No Man’s Sky.


No Man’s Sky

Apesar de ser o jogo mais novo desses três, No Man’s Sky é também o mais bem polido, mais estável e mais finalizado dos três, pelo menos na versão de Playstation 4. Ele é também o jogo com as maiores promessas e por isso mesmo o que trouxe mais decepção para muita gente.

Sem dúvida alguma No Man’s Sky é o maior dos três em termos de escala e é de fato uma maravilha tecnológica sem precedentes, ainda que muita da diversidade do game seja um jogo de espelhos bem óbvio. Ainda assim ele oferece uma coisa que nenhum dos outros dois está nem perto de oferecer, a sensação de descobrir coisas novas.

A sensação de descoberta e a maravilhosa sensação de jogar como um personagem que pode caminhar por diversos planetas e ver coisas novas é incomparável, além disso a o fator de sobrevivência, ainda que seja meia boca em No Man’s Sky, mas que traz um pouco mais de veracidade a toda experiência que o game te propõe e isso é muito mais do que os outros podem sonhar em ter pelo menos nas atualizações dos próximos anos.

Ainda assim, há muita coisa que No Man’s Sky faz de forma errada, o controle do personagem é esquisito a obrigatoriedade de juntar recursos e repetir isso para sempre é um game design mal feito, o mundo com uma mentalidade extremamente aberta, mas de objetivo único atrapalha a jogabilidade a longo prazo e principalmente o combate, seja ele a pé ou a nave, que é simplesmente patético.


Star Citizen

Star Citizen é um caso complicado. Ele facilmente tem o potencial de ser o melhor dos três jogos de longe sem nem oferecer uma competição justa para a concorrência, mas nesse momento ele é um “jogo” muito longe de estar finalizado e muito mal é estável o suficiente para ser jogável.

A promessa de Star Citizen em termos de escala é a menor dos três, mas enquanto ele não oferece um número impronunciáveis de planetas para visitar como Elite: Dangerous e No Man’s Sky, ele promete um trabalho mais manual em cada planeta, deixando eles únicos e não só bolas de pedra e pacotes randômicos de fauna, flora e caos como nos outros dois jogos. Ainda assim, essa é apenas mais uma promessa.

O que Star Citizen oferece hoje, se esquecermos aqui o fato de que mesmo o que o jogo oferece está em um estado terrível em termos de otimização, é um game modular, com módulos Arena, MMO e outros. O modo arena é divertido e é o que melhor funciona, mas o "Universo Persistente" é a verdadeira atração do game.

Você pode explorar bases espaciais comprar naves, voar com suas naves, explorar destroços e tudo o mais tanto dentro de seu veículo espacial, como fora, caminhando na gravidade artificial e flutuando na gravidade zero com ajuda da sua roupa espacial, que por acaso podem ser de diversos modelos bem bacanas que podem ser comprados no jogo. O propósito disso? Nenhum por enquanto, é basicamente um teste do que o jogo será e essa é a pior parte, ver mecânicas extraordinários em um gráfico sensacional (não é estilizado como o de NMS) apenas como teste de algo que está por vir.


Elite: Dangerous

Elite: Dangerous é o mais equilibrado dos três, assim como No Man’s Sky ele está disponível para PC e console (mas nesse caso é no Xbox One) e também oferece uma experiência em escala absurda. O número de planetas em Elite: Dangerous é certamente menor do que aquele número cheio de dígitos que No Man’s Sky oferece, mas certamente é um número que você sequer sabe pronunciar.

O jogo conta com a nossa galáxia real, a Via Lactea, com mais de 400 bilhões de estrelas e com quase todas essas com um sistema solar cheio de planetas, luas, campos de asteroides e coisas a mais para serem exploradas.

Assim como em No Man’s Sky você pode pousar suas naves em planetas de escala real para explorá-los, mas por enquanto apenas planetas de gelo e rochosos, nenhum deles com vida, pelo menos por hora, o que não faz a experiência menos interessantes, pois os gráficos com enfoque mais realista de Elite faz com que visitar um canyon alienígena, voar em abismos de gelos e explorar crateras de cometas seja uma experiência de tirar o fôlego. Por outro lado, Elite: Dangerous não permite que você caminhe com as pernas do seu personagem, apenas com a nave e com uma espécie de carro espacial.

Esse é um dos maiores problemas de Elite, você não sente em momento algum que você é um personagem, você parece estar jogando com uma nave... na verdade nem isso, o modo único de 1° pessoa em todos os momentos faz com que você parece estar controlando um menu voador interespacial, pois 99.9% do tempo no jogo você está sempre vendo a sua HUD e nada mais.

Por outro lado, assim como em Star Citizen, o combate de Elite: Dangerous é muito bem pensado e tem um ritmo um pouco menos frenético e menos hardcore do que no jogo concorrente, mas por outro lado e mais tático e bem divertido. Além disso há mecânicas de pirataria, de mercenários, um modo sobre a política da galáctica (que na verdade é péssimo), você pode jogar como um caminhoneiro espacial e diversas outras coisas.

Porém da mesma forma como Star Citizen, mesmo que Elite: Dangerous se intitule como um jogo finalizado, ele está sempre se expandindo através de atualizações pagas e as promessas para o futuro do jogo são muito melhores do que o que game atual entrega e a estabilidade dele é sempre muito prejudicada com cada nova atualização.

Veredito

Se você quer um game de Simulador Espacial que esteja pronto, você deve jogar No Man’s Sky, ao menos no Playstation 4 (evite a versão PC por enquanto) ele é o que mais tem a oferecer nesse quesito, é bastante estável e está completo do início ao fim. Se você quer um jogo com enfoque na exploração espacial, No Man’s Sky também ganha disparado, mas as vitórias dele acabam por aí.

Para o caso de você querer um Simulador Espacial que seja bom em tudo e não apenas em exploração, Elite: Dangerous é o que você deve comprar, a exploração espacial dele está há anos luz atrás de NMS, mas todo o resto está muito a frente e o jogo está pronto o suficiente para você jogar agora e se divertir muito mais com as outras partes da experiência, especialmente o combate, o universo persistente e ah... multiplayer.

Se você não tem problema em esperar um jogo ficar pronto, gosta de investir em potencial futuro e quer apoiar os desenvolvedores a criar algo que será extraordinário nos próximos anos a sua escolha é Star Citizen (mas também Elite: Dangerous em menor grau). Star Citizen tem um futuro brilhante pela frente e pode ser um dos jogos mais extraordinários já lançados, se os desenvolvedores conseguirem fazer tudo o que prometeram. O mesmo vale para Elite: Dangerous, ainda que suas promessas sejam um pouquinho menos ambiciosas, mas talvez mais realistas.
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